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terça-feira, dezembro 10, 2024

As Tintas do Tempo


Texto de Enéas Bispo 

E o tempo, com suas mãos invisíveis, derrama as tintas de beleza e engano sobre a tela da vida. Cada segundo é um pincelada, cada minuto uma nova cor que se mistura ao quadro em constante transformação. 

A beleza surge nos detalhes mais sutis: o brilho do sol refletido nas gotas de orvalho, o sorriso inesperado de um estranho, o abraço caloroso de um amigo. São momentos que capturam a essência da existência, pintando-a com tons de alegria e serenidade.

Mas o tempo, astuto artista, também sabe enganar. Suas tintas de engano se escondem nas sombras, nas rugas que marcam o rosto, nas despedidas que deixam cicatrizes. Ele nos faz acreditar que temos todo o tempo do mundo, enquanto sutilmente rouba nossos dias, transformando-os em memórias distantes.

E assim, navegamos entre a beleza e o engano, tentando decifrar a obra-prima que o tempo cria. Cada um de nós é um espectador e um participante, admirando e contribuindo para essa arte efêmera. No final, resta-nos apenas apreciar a complexidade dessa pintura, sabendo que, apesar dos enganos, a beleza sempre encontrará uma maneira de brilhar.

quarta-feira, maio 22, 2024

Adelaide e o Balé das Estações


Por Enéas Bispo

Adelaide, a senhora do equilíbrio, decidiu um dia celebrar a mudança das estações com um espetáculo único: o Balé das Estações. Ela convidou toda a cidade para o grande parque central, onde um palco fora montado sob o céu aberto.

À medida que a música começava, Adelaide subiu ao palco. Vestida com um traje que refletia todas as quatro estações – com folhas de outono bordadas, flores de primavera, raios de sol de verão e flocos de neve de inverno – ela dançou com uma graça que desafiava a própria natureza.

Com cada movimento, Adelaide trazia a essência das estações à vida. No inverno, ela girava como um flocos de neve caindo suavemente. Na primavera, seus passos floresciam como botões abrindo-se ao sol. No verão, ela brilhava intensamente, irradiando calor e luz. E no outono, cada movimento seu parecia derrubar folhas douradas das árvores imaginárias ao seu redor.

O público assistia em silêncio, completamente hipnotizado pela performance. Crianças e adultos, jovens e idosos, todos sentiam a passagem do tempo e a mudança das estações de uma maneira que nunca haviam experimentado antes.

Quando a dança terminou, um coro de aplausos irrompeu, tão caloroso e vibrante quanto o próprio espetáculo. Adelaide, com um sorriso humilde, agradeceu a todos, lembrando-os de que a vida, assim como as estações, está em constante movimento e transformação.

E assim, a lenda de Adelaide continuou a crescer, não apenas como a mulher mais equilibrada da terra, mas também como a bailarina que dançou o ciclo eterno da vida.

sábado, maio 04, 2024

Grafite & Tinta

📷/→✍ Enéas Bispo

Com lápis se escreve, traços de esperança,
Em folhas brancas, nasce a dança.
Da literatura que flui, livre e farta,
Nas veias do papel, pulsa a arte.

Com lápis se pinta, o mundo em cores,
Sonhos desenhados, entre dores e amores.
Grafite desliza, contornando a sina,
De uma história que em tinta, se destina.

Literatura e Arte, irmãs de criação,
Uma tece palavras, outra dá forma à visão.
Juntas entrelaçadas, em harmonia e paixão,
Grafite e Tinta, eternas em canção. 

sábado, abril 06, 2024

Ziraldo, o Menino Maluquinho que encantou o Brasil, morre aos 91 anos


Por Enéas Bispo 

Ziraldo Alves Pinto, o cartunista, escritor e dramaturgo que nos presenteou com o inesquecível Menino Maluquinho e tantas outras obras memoráveis, faleceu neste sábado (6) aos 91 anos, em sua casa no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada.

Ziraldo era um artista completo, que transitava com maestria entre a literatura, o humor, a crítica social e a política. Sua obra, marcada pela criatividade, irreverência e humor inteligente, encantou e inspirou gerações de brasileiros.

O Menino Maluquinho, um ícone da literatura infantil brasileira


Em 1969, Ziraldo deu vida ao Menino Maluquinho, personagem que se tornou um ícone da literatura infantil brasileira. O menino de cabelos espetados e imaginação fértil conquistou o coração de crianças e adultos com suas aventuras, travessuras e reflexões sobre a vida.

O livro "O Menino Maluquinho" foi traduzido para mais de 10 idiomas e vendeu milhões de exemplares, tornando-se um clássico da literatura mundial. As histórias do personagem também foram adaptadas para o cinema, teatro e televisão.

Um legado de criatividade e arte

Ziraldo foi um artista prolífico, que produziu uma vasta obra que inclui livros infantis e adultos, quadrinhos, charges, cartuns, peças de teatro e roteiros de cinema.

Algumas de suas obras mais famosas:

Livros infantis: O Menino Maluquinho, Flicts, A Turma do Pererê, O Bichinho da Maçã

Livros para adultos: O Pasquim, A Supermãe, O Corvo, O Gerente

Quadrinhos: Turma do Pererê, Jeremias Sem-Chão

Charges: publicadas em diversos jornais e revistas brasileiras

Ziraldo, uma voz crítica e engajada

Ziraldo era um artista engajado nas questões sociais e políticas do Brasil. Sua obra frequentemente abordava temas como a desigualdade social, a censura e a defesa da democracia.

Um artista que deixa saudades

A morte de Ziraldo é uma grande perda para a cultura brasileira. Ele deixa um legado de criatividade, humor e inteligência que continuará a inspirar e encantar pessoas de todas as idades.

Homenagens

Nas redes sociais, diversas personalidades e instituições lamentaram a morte de Ziraldo e prestaram homenagens ao artista.

"Ziraldo foi um gênio da nossa literatura e do nosso humor. Sua obra marcou a vida de milhões de brasileiros", escreveu o presidente da República em seu Twitter.

"O Brasil perde hoje um de seus maiores artistas. Ziraldo, obrigado por tudo", disse a escritora Ana Maria Machado.

Despedida

Ziraldo será velado neste domingo (7) no Rio de Janeiro. O enterro será realizado no dia seguinte em um cemitério da cidade.

Fica a saudade e a gratidão por um artista que nos ensinou a ver o mundo com mais humor, criatividade e amor.

segunda-feira, março 04, 2024

Água, a essência da vida


Por Enéas Bispo

A água é o elemento mais abundante e vital do planeta. Sem ela, não haveria vida, nem arte, nem ciência, nem cultura. A água é a fonte de inspiração para muitos escritores, poetas, pintores, músicos e filósofos, que a retratam em suas obras de diversas formas. A água é adaptável, pois pode mudar de estado, de forma e de cor. A água é fluida, pois pode fluir, se infiltrar, se evaporar e se condensar. A água é finita, pois está sujeita à escassez, à poluição e ao desperdício. A água é, portanto, um tema rico e relevante para se refletir sobre a nossa relação com a natureza, com a sociedade e com nós mesmos. Nesta resenha, vamos explorar algumas das obras literárias, artísticas e científicas que têm a água como protagonista ou coadjuvante, e como elas nos convidam a apreciar, respeitar e preservar esse recurso essencial.

Claude Monet, um dos maiores pintores impressionistas, pintou várias séries de quadros retratando a água, como os famosos Lírios de Água, que mostram o reflexo das flores e do céu na superfície de um lago.

Andy Goldsworthy, um escultor e fotógrafo britânico, usa materiais naturais como pedras, folhas, gelo e neve para criar instalações efêmeras que interagem com a água. Ele registra suas obras em fotografias, que revelam a beleza e a fragilidade da natureza.

Nele Azevedo, uma artista visual brasileira, criou o projeto Melting Men, que consiste em colocar centenas de bonequinhos de gelo em locais públicos, como praças e escadarias. A obra tem o objetivo de chamar a atenção para os efeitos das mudanças climáticas e o derretimento das calotas polares.

Esses são apenas alguns exemplos de artistas que se inspiraram na água. Você pode pesquisar mais sobre eles e suas obras na internet. Espero que tenha gostado. 

quinta-feira, janeiro 04, 2024

A Monalisa Espaguete


A Monalisa Espaguete é uma obra de arte única! Ela é uma reinterpretação da famosa pintura de Leonardo da Vinci, usando macarrão espaguete como material. A Monalisa Espaguete é uma homenagem à cultura italiana, que influenciou tanto o artista original quanto a culinária mundial.  A Monalisa Espaguete é uma obra de arte que desafia os limites entre o real e o virtual, o clássico e o moderno, o saboroso e o belo.


sexta-feira, novembro 03, 2023

Contracultura: um movimento de resistência e transformação social


Por Enéas Bispo

A contracultura foi um fenômeno cultural que surgiu na década de 1960, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, e que se caracterizou pela contestação dos valores e padrões dominantes da sociedade. A contracultura englobou diversos movimentos sociais, políticos, artísticos e comportamentais, que buscavam novas formas de expressão, liberdade, participação e criatividade.

A contracultura se manifestou de diversas maneiras, como por exemplo: o movimento hippie, que pregava o amor livre, a paz, a ecologia e o uso de drogas psicodélicas; o movimento feminista, que reivindicava a igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres; o movimento negro, que lutava contra o racismo e a discriminação; o movimento estudantil, que protestava contra a guerra do Vietnã, a repressão e a alienação; o movimento gay, que defendia a diversidade sexual e a identidade de gênero; o movimento punk, que criticava o consumismo, o autoritarismo e a conformidade; entre outros.

A contracultura também influenciou a produção artística e cultural da época, gerando obras inovadoras e contestadoras nas áreas da música, do cinema, da literatura, das artes plásticas, do teatro, da dança e da moda. Alguns exemplos de artistas e obras contraculturais são: os Beatles, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Pink Floyd, Woodstock, Easy Rider, A Clockwork Orange, One Flew Over the Cuckoo’s Nest, On the Road, The Catcher in the Rye, Andy Warhol, Salvador Dali, Hair, The Rocky Horror Picture Show entre outros.

A contracultura foi um movimento de resistência e transformação social, que questionou e desafiou os paradigmas vigentes, e que deixou um legado de valores, ideias, atitudes e expressões que ainda hoje influenciam a sociedade. A contracultura foi, acima de tudo, uma forma de afirmar a diversidade, a criatividade e a liberdade humana.


quarta-feira, outubro 18, 2023

Síndrome de Florença: quando a arte provoca emoções extremas


Por Enéas Bispo 

Florença é uma cidade italiana famosa por sua riqueza cultural e artística, que atrai milhões de turistas todos os anos. No entanto, para algumas pessoas, a visita a Florença pode se tornar uma experiência traumática, causando sintomas físicos e psicológicos que variam de ansiedade a alucinações. Esse fenômeno é conhecido como síndrome de Florença, síndrome de Stendhal ou hiperculturemia.

A síndrome de Florença foi descrita pela primeira vez pelo escritor francês Stendhal, que em 1817 relatou ter sentido palpitações, tonturas e desmaios ao contemplar as obras de arte na Basílica de Santa Croce. Ele escreveu: "Eu caí numa espécie de êxtase, ao pensar na ideia de estar em Florença, próximo aos grandes homens cujos túmulos eu tinha visto. Absorto na contemplação da beleza sublime... Cheguei ao ponto em que uma pessoa enfrenta sensações celestiais... Tudo falava tão vividamente à minha alma... Ah, se eu tão-somente pudesse esquecer. Eu senti palpitações no coração, o que em Berlim chamam de 'nervos'. A vida foi sugada de mim. Eu caminhava com medo de cair."

Apesar de Stendhal ter sido o primeiro a relatar sua experiência, ele não foi o único a sofrer desse mal. Desde então, centenas de casos foram registrados, principalmente entre turistas estrangeiros que visitam Florença. A síndrome de Florença foi reconhecida como uma doença psicossomática em 1979, pela psiquiatra italiana Graziella Magherini, que estudou 100 pacientes que foram internados no hospital após visitarem a Galeria Uffizi. Ela observou que os pacientes eram em sua maioria homens, entre 25 e 40 anos, com boa escolaridade, viajando sozinhos e com interesse artístico. Ela também notou que a síndrome não estava relacionada a determinados artistas ou obras de arte, mas à intensidade da emoção provocada pela beleza.

A síndrome de Florença pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da sensibilidade e da personalidade do indivíduo. Em alguns casos extremos, o indivíduo pode tentar agredir ou destruir a obra de arte que lhe causou o transtorno.

A síndrome de Florença é um exemplo de como a arte pode afetar profundamente a mente humana, ativando emoções e memórias que normalmente são reprimidas. A exposição a obras de arte extraordinariamente belas pode gerar um choque entre o real e o ideal, entre o cotidiano e o sublime, entre o familiar e o estranho. Essa ruptura pode levar a uma crise existencial, que pode ser superada com apoio psicológico ou farmacológico.

A síndrome de Florença é uma doença rara e temporária, que não deve impedir as pessoas de apreciarem a arte. Pelo contrário, ela mostra o poder da arte de nos fazer sentir vivos e conectados com algo maior do que nós mesmos. A arte é uma forma de expressão e comunicação que transcende as barreiras culturais e linguísticas. A arte é uma fonte de prazer e conhecimento que nos enriquece como seres humanos.


domingo, dezembro 09, 2012

*A Maneira de ver a Arte



Girassóis não são ninféias. Ver Arte não se limita às prosaicas e constrangedoras afirmações de pessoas que se desculpam dizendo que não conhecem bem arte mas que gostam de algo – isso ou aquilo - que colocariam nas paredes de suas próprias residências ou ainda no descaso de afirmar que uma criança seria capaz de produzir algo que se vê nas paredes de um Museu de Arte Contemporânea. Arte verdadeira não é essencialmente decoração de ambientes (apesar de poder ser bela e possuir alta potência estetizante, o que não lhe conjura a epifania da beleza como virtude possivel) nem é consolo de lembranças de um passado perdido, povoado de figuras retroativas de cavalos ou paisagens rurais.
Crianças nunca serão capazes de produzir originalmente obras de Miró, de Albers, de Pollock, Dubuffet ou Karel Appel. Por mais que os próprios artistas tenham se apropriado ou se inspirado na espontânea audácia da gestualidade infantil. Arte é coisa mental e se produz a partir de um complexo processo de reflexões, de sensibilidade, de transfiguração inconsciente, de apuro técnico, de amplo domínio dos mecanismos de pesquisa e procura dos métodos de fazer, de tecnologia e da aplicação destes conhecimentos colecionados. Imaginação produz universos imaginários.
André Malraux justificava o investimento na construção e na dimensão do acervo contemporâneo do Beaubourg (Centro Nacional de Arte Contemporânea Georges Pompidou) no Marais, em Paris (por ocasião da remoção do Mercado Les Halles para fora da cidade) para conjurar o conservadorismo e o anacronismo crescente do olhar da sociedade francesa frente à Arte, nos anos sessenta. Uma forma de refrescar o pensamento e recondicionar a maneira de ver a Arte Contemporânea sem o reumatismo de se desejar ver sempre o que se gosta ou o que já está rotulado como aceitável. Narcisismo e conforto fossilizados. Cavalos e girassóis. Passados 40 anos a aposta de Malraux deu certo e o Beaubourg, inicialmente recebido com relutância, revolta e desconforto pelos parisienses hoje ocupa a posição de Museu mais visitado do mundo, superando em interesse, em número de ingressos, pesquisas e estudos o próprio Museu do Louvre. É isso o que justifica a presença das Bienais de São Paulo e do MERCOSUL entre nós. Aprender a ver novamente. São propostas de reflexão e canais de discussão para novas linguagens e para aprimorar os caminhos da Arte. A Arte que precisa melhorar nas suas proposições, no seu acabamento, nas suas montagens que necessitam ser mais profissionais, melhor finalizadas, melhor iluminadas, em locais menos improvisados. Isso requer mais investimentos e menos amadorismo. É preciso ver melhor, com menos preconceito, com mais abertura intelectual, é necessário ser muito mais exigente. As Ninféias de Claude Monet foram concebidas e doadas para um espaço a ser criado após o desaparecimento do pintor. Elas não foram criadas para o mercado de arte. Na síntese absoluta da concentração do pintor com a natureza criada em sua casa-jardim em Giverny, elas estabeleceram uma nova linguagem de iconografias e apontaram um dos caminhos para a abstração no século XX. Ninféias não são cavalos.

*Texto: Alfredo Aquino - Artista plástico, curador de exposições, escritor e editor
Artigo publicado no Usina do Porto - O Jornal da Cultura/Porto Alegre-RS-Brasil
www.usinadoporto.com.br  - Foto: Enéas Bispo de Oliveira

domingo, abril 15, 2012

O Vinho é...


O vinho é cultura e arte, sendo também alimento e mercadoria. É tradição e modernidade, coisa que dá para mil discussões.