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sexta-feira, novembro 03, 2023

Contracultura: um movimento de resistência e transformação social


Por Enéas Bispo

A contracultura foi um fenômeno cultural que surgiu na década de 1960, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, e que se caracterizou pela contestação dos valores e padrões dominantes da sociedade. A contracultura englobou diversos movimentos sociais, políticos, artísticos e comportamentais, que buscavam novas formas de expressão, liberdade, participação e criatividade.

A contracultura se manifestou de diversas maneiras, como por exemplo: o movimento hippie, que pregava o amor livre, a paz, a ecologia e o uso de drogas psicodélicas; o movimento feminista, que reivindicava a igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres; o movimento negro, que lutava contra o racismo e a discriminação; o movimento estudantil, que protestava contra a guerra do Vietnã, a repressão e a alienação; o movimento gay, que defendia a diversidade sexual e a identidade de gênero; o movimento punk, que criticava o consumismo, o autoritarismo e a conformidade; entre outros.

A contracultura também influenciou a produção artística e cultural da época, gerando obras inovadoras e contestadoras nas áreas da música, do cinema, da literatura, das artes plásticas, do teatro, da dança e da moda. Alguns exemplos de artistas e obras contraculturais são: os Beatles, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Pink Floyd, Woodstock, Easy Rider, A Clockwork Orange, One Flew Over the Cuckoo’s Nest, On the Road, The Catcher in the Rye, Andy Warhol, Salvador Dali, Hair, The Rocky Horror Picture Show entre outros.

A contracultura foi um movimento de resistência e transformação social, que questionou e desafiou os paradigmas vigentes, e que deixou um legado de valores, ideias, atitudes e expressões que ainda hoje influenciam a sociedade. A contracultura foi, acima de tudo, uma forma de afirmar a diversidade, a criatividade e a liberdade humana.


segunda-feira, outubro 16, 2023

Como ser autêntico sem se preocupar com a opinião dos outros


Por Enéas Bispo

Muitas vezes, nós nos sentimos pressionados a agradar as pessoas ao nosso redor, seja na família, no trabalho, nos relacionamentos ou nas redes sociais. Queremos ser aceitos, admirados e respeitados, mas isso pode nos levar a sacrificar nossa autenticidade e nossos valores.

Ser autêntico significa ser fiel a si mesmo, expressar suas opiniões, sentimentos e desejos sem medo de ser julgado ou rejeitado. Ser autêntico requer coragem, pois implica assumir riscos e enfrentar possíveis conflitos.

No entanto, ser autêntico também traz muitos benefícios, como:

▪︎ Maior autoestima e confiança: quando você se aceita como é, você se valoriza e se respeita mais. Você não depende da aprovação dos outros para se sentir bem consigo mesmo.
▪︎ Maior satisfação e felicidade: quando você segue seus sonhos e paixões, você se sente mais realizado e feliz. Você não vive em função das expectativas dos outros, mas sim do que faz sentido para você.
▪︎ Maior liberdade e criatividade: quando você se expressa livremente, você explora sua criatividade e potencial. Você não se limita pelos padrões e normas impostos pela sociedade, mas sim pelo que te inspira e te desafia.
▪︎ Maior honestidade e integridade: quando você age de acordo com seus valores e princípios, você se torna mais honesto e íntegro. Você não finge ser quem não é, nem faz coisas que vão contra sua consciência.

Mas como ser autêntico sem se preocupar com a opinião dos outros? 

Aqui vão algumas dicas:

Conheça-se melhor: faça um exercício de autoconhecimento, identificando seus pontos fortes, fracos, gostos, desgostos, valores, objetivos e propósitos. Reflita sobre o que te define como pessoa e o que te diferencia dos demais.
Aceite-se como é: reconheça suas qualidades e defeitos, suas virtudes e limitações, suas conquistas e fracassos. Não se compare com os outros, nem se julgue por seus erros. Aprenda com suas experiências e celebre suas vitórias.
Expresse-se com sinceridade: diga o que pensa, sente e quer, sem medo de ofender ou desagradar alguém. Não minta, nem omita sua verdade. Seja coerente entre o que você diz e o que você faz.
Respeite-se e respeite os outros: tenha em mente que cada pessoa é única e tem sua própria forma de pensar, sentir e agir. Não tente mudar ou controlar os outros, nem permita que os outros tentem mudar ou controlar você. Respeite as diferenças e as escolhas de cada um.
Seja flexível e aberto: esteja disposto a ouvir outras opiniões, perspectivas e feedbacks. Não seja dogmático, nem arrogante. Esteja aberto a aprender coisas novas e a mudar de ideia quando necessário.
Seja corajoso e persistente: enfrente seus medos e desafios com determinação e otimismo. Não desista dos seus sonhos e projetos por causa das dificuldades ou das críticas. Busque apoio nas pessoas que te amam e te incentivam.

Ser autêntico não significa ser egoísta, indiferente ou rebelde. Significa ser fiel a si mesmo, respeitando os outros e buscando o seu bem-estar. Ser autêntico é uma forma de amor-próprio e de amor ao próximo. Ser autêntico é uma forma de coragem.


domingo, fevereiro 05, 2023

Vinho, Saudade e Liberdade


Por Mia Khalifa

Os meus amigos imaginaram que eu estava louca por pedir uma garrafa de vinho de 3000 dólares quando eu mal bebo, mas isto é mais do que um vinho para mim. Este é um pedaço da história de tempos mais felizes no Líbano. Antes da guerra civil, antes da explosão de Beirute, antes da destruição econômica, antes dos ataques aéreos, antes da mágoa e da emigração em massa, antes das tensões geopolíticas e socioeconômica, antes das despedidas e "por favor, envie orações e doações", antes mesmo de muitos de nós nascerem para saber como um Líbano gosta isso e como. Foi lindo saborear o vinho branco envelhecido que está escurecido e azedado um pouco tal como o país onde as uvas cresceram. Mas o sabor depois foi o que me chocou... manteiga e mel. Suave como o calor do uísque, com notas de doçura duradouras. Tal como o país de onde vem. No fundo, no fundo, os libaneses só querem amar, comer, dançar e morrer pacificamente na nossa bela terra e serem enterrados no solo que cultiva estas uvas mágicas. 

quinta-feira, março 14, 2013

Já que hoje é o dia da Poesia...


Dias e lobos que nos assaltam
E tudo se conjuga no intimo desejo dessa nossa liberdade válida.
A música lenta que transforma o nosso mundo, o nosso micro-cosmo sem cartas marcadas.
É a imagem dos nossos rostos no espelho na manhã seguinte...
É vencer a resistência do teu não, é puxar a tua mão e ir pelo mundo sem resistir os impulsos do mergulho para depois emergir nos gestos e nos reflexos dos nossos desejos.
É nisso que a nossa poesia cresce; na flor que nasce em nós, intensa, irritada, acelerada, furiosa e saudável.
É um lembrar de um cheiro, de uma voz, de um sussurro, de uma mordida na orelha, de um arranhão nas costas.
Eu sei que o nosso mundo é como não deve ser, um pecado sagrado, uma panela transbordando, uma caneta que só escreve na cor azul, um olhar húmido, um penteado desfeito! 
Os nossos dias são muitas vezes feitos sem rostos e sem máscaras; feitos de mil projetos, mil pensamentos, mil tragédias, mil maravilhas, mil enganos, mil...
Sem inocências e com fragrâncias de corpos em contratempos.
É uma rede apertada, é uma rede apertada, é uma rede apertada...
É um prenuncio de fim, no fim.

Texto/Foto: Enéas Bispo de Oliveira

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Mulher com Poesia!



Por Nina Ratini

Somos a imaginação na arte da feminilidade, a inconstância de reflexões incomparáveis, a seiva doce que explora todo sabor de ser mulher.
Uma coragem abundante que inspira aspira e respira arte magia e todo poder de transportar ao universo a importância de amar.
Somos a carne que contêm sentimentos, todas as versões de imagens e declarações. 
O suspiro da ousadia, a suavidade que maneja o olhar.
Aquilo que nasce e repete um ciclo continuo de inocência, pureza, entrega e sonhos.
A poesia que deixa seus vestígios gravados na alma, na mente e no corpo.
Com ou sem a sedução, nossas variedades, estilos e ideais foram feitos para marcar.
Os encantos da vida regados por traços delicados, outros cicatrizados, cada mulher encontra em si uma força e inteligência abundante de imaginar um mundo, uma história diferente.
Como anjos ou demônios, como fera ou como felinas.
Cada mulher carrega em si o poder de ser poesia.
Universo constante.
Porque ser mulher é simplesmente ser tudo aquilo que almejamos viver na liberdade da beleza interior ou exterior.
Porque todo equilíbrio da natureza encontra-se  na mais perfeita harmonia de gerar feminilidade por todos os poros.

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

LIBERDADE SEM FIOS

Há pouco mais de um ano, a secretária de Estado Hillary Clinton apelou para um compromisso global pela liberdade na internet. Com base nos direitos humanos universais, a liberdade na internet - ou, como considera a secretária Clinton, a liberdade de ligação online - aplica ao ciberespaço as liberdades de reunião, expressão e associação. Hoje, ao observarmos os eventos mundiais à nossa volta, esse compromisso é mais importante do que nunca. Ao preservar esses direitos na era digital, preservamos a internet como uma plataforma para ideias, inovação, comunicação e crescimento econômico.
Tendo como pano de fundo o Egito e a maior paralisação da internet da nossa época, temos ouvido vários apelos a favor da liberdade de comunicação, em particular da procura e troca de informação pela internet, a que deram voz o Presidente Obama, a secretária Clinton e líderes em todo o mundo.
A internet tornou-se a esfera pública do século XXI - é a praça da aldeia global. O tipo de ativismo cívico pacífico a que assistimos na praça Tahrir ou na Tunísia, nas últimas semanas, ocorre cada vez mais na internet, em paralelo e coordenado com os protestos de rua. Em todo o mundo, as pessoas reúnem-se na internet para desfrutarem de um universo de notícias e informação ou fazerem ouvir as suas vozes. E através desse discurso ressurgem novas dimensões de debates que travamos há séculos. Qual a melhor forma de governar, administrar justiça, garantir a prosperidade e criar condições para o progresso a longo prazo, tanto dentro do país como além-fronteiras? A conectividade que a era digital fomenta apenas adicionou uma nova urgência ao modo como abordamos essas velhas questões. As escolhas que os governos fizerem hoje determinarão a face da internet no futuro e não serão feitas de ânimo leve.
As escolhas que enfrentamos são-nos familiares, mas o espaço na qual as confrontamos não o é. Como protegemos a liberdade e a segurança, a transparência e o sigilo, a liberdade de expressão, enquanto fomentamos a tolerância e a harmonia?
É freqüente ver a liberdade e a segurança como mutuamente exclusivas, mas precisamos de ter ambas para ter uma ou outra, tanto online como offline. Diariamente somos recordados tanto da promessa como do risco da era da informação. Devemos ter segurança suficiente para desfrutar das nossas liberdades, mas não ao ponto de as colocar em perigo. No equilíbrio entre a liberdade e a segurança, o ponto fulcral reside no Estado de direito. A nossa fidelidade a ele não desaparece no ciberespaço. Tampouco o nosso compromisso para com as liberdades civis. Os Estados Unidos estão igualmente determinados em mapear e pôr termo a atividades terroristas e criminosas, online e offline. Em ambas as esferas, perseguimos essa meta de acordo com os nossos valores. Não é segredo que a "segurança" é muitas vezes invocada como justificativo para repressões severas da liberdade na internet. Não enganam ninguém os governos que prendem bloggers, que se intrometem nas atividades pacíficas dos cidadãos, que limitam ou bloqueiam o acesso à informação sob pretexto de manter a segurança. Silenciar ideias não fará com que elas desapareçam.
Devemos proteger tanto a transparência como a confidencialidade. A transparência é importante. Podemos e devemos dar aos cidadãos informação sobre os seus governos e abrir as portas ao comércio, historicamente fechadas à maioria das pessoas. Mas a confidencialidade é igualmente vital. Ela protege a capacidade que organizações e governos têm de executar as suas missões e de melhor servir o interesse público. Os governos têm um critério superior a honrar quando invocam a confidencialidade, já que servem o público. Mas todos os governos requerem um certo grau de confidencialidade quando tratam de assuntos como segurança pública e a segurança nacional. Por exemplo, não seria sensato publicar na internet pormenores de negociações delicadas sobre como localizar e eliminar materiais nucleares, ou como combater a violência dos cartéis de droga.
Devemos ainda procurar proteger a liberdade de expressão enquanto fomentamos a tolerância. Tal como uma praça da cidade, a internet abriga todo o tipo de expressão: falsa, ofensiva, construtiva e inovadora. Com uma população online em rápido crescimento de mais de dois bilhões de pessoas, a  natureza variada da comunicação online tende a multiplicar-se. Em consonância com a Declaração Universal de Direitos Humanos, não há dúvida de que todas as pessoas têm direito à liberdade de expressão. O desafio reside em honrar um compromisso para com a liberdade de expressão online, sublinhando ao mesmo tempo a importância de aproveitar a capacidade da internet para promover a tolerância e a paz.
Acreditamos que o melhor modo de o fazer é estimular mais comunicação, e não limitá-la. Denunciar e contraditar a comunicação ofensiva, em vez de suprimi-la, permite o escrutínio e reação públicos. No mercado das ideias, as que têm mérito tornar-se-ão mais fortes e as que não tiverem mérito enfraquecerão a seu tempo.
Através da liberdade na internet, temos a rara oportunidade de aliar a questão dos direitos humanos às  nossas aspirações a favor de uma prosperidade econômica mútua. Os princípios de liberdade na internet estão enraizados na abertura da própria plataforma, para que a internet possa continuar a ser um motor de ideias, inovação e crescimento econômico. Mercados abertos a novos produtos e serviços catalisam o empreendedorismo, a inovação e o investimento. Temos visto o investimento e a inovação no mercado global da internet fluir rumo a nações que procuram fazer com que a abertura seja o distintivo da sua política da internet.
Ao progredirmos nesta matéria, e à medida que a praça da aldeia universal da internet continuar a florescer, estamos certos de que poderemos proteger e promover os princípios de liberdade e segurança; transparência e sigilo; liberdade de expressão e tolerância. Juntos eles formam a base de uma internet livre e aberta.

Texto: Allan J. Katz - Embaixador dos EUA em Portugal.
Artigo publicado no Jornal Sol do dia 18 de Fevereiro de 2011
http://www.sol.pt/
Foto: Enéas Bispo de Oliveira