Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens

sábado, novembro 02, 2024

Despertando o Gosto pela Leitura

            O Fascínio da Literatura

Por Enéas Bispo 

A inclinação para os livros não está inscrita em nosso genoma, mas é algo que se revela quando acendemos nosso fogo interior. A escritora Laura Esquível comparou esse despertar a uma caixa de fósforos imaginária, onde cada livro é um fósforo que ilumina nossa mente e alma.

A literatura tem o poder de nos transportar para mundos desconhecidos, de nos fazer viver vidas que nunca imaginaríamos e de nos conectar com emoções profundas. O gosto pela leitura é algo que se cultiva, muitas vezes, desde a infância, mas pode ser despertado em qualquer fase da vida. 

Para muitos, o primeiro contato com a literatura ocorre através de histórias contadas por pais ou professores. Essas narrativas iniciais são fundamentais para criar um vínculo emocional com os livros. No entanto, o verdadeiro amor pela leitura se desenvolve quando encontramos aquele livro que ressoa com nossas experiências e aspirações pessoais.

A prática da leitura não só enriquece nosso vocabulário e conhecimento, mas também nos torna mais empáticos e compreensivos. Ao ler, nos colocamos no lugar dos personagens, vivenciamos seus dilemas e aprendemos com suas jornadas. Esse processo de identificação e reflexão é essencial para o desenvolvimento de uma visão crítica e sensível do mundo.

Portanto, incentivar a leitura é mais do que uma tarefa educativa; é uma missão de vida. Professores, pais e todos os mediadores de leitura têm o papel crucial de apresentar livros que possam acender essa chama interior nos leitores. É preciso criar momentos significativos de leitura, onde o prazer e a descoberta sejam os protagonistas.

Em suma, a literatura é uma ferramenta poderosa para o crescimento pessoal e intelectual. Cada livro é uma oportunidade de acender um novo fósforo, iluminando caminhos e expandindo horizontes. Que possamos sempre encontrar tempo e espaço para nos perdermos nas páginas de um bom livro e, assim, descobrir novas partes de nós mesmos.


domingo, agosto 25, 2024

O que é um olhar de Ressaca?


Por Enéas Bispo 

Um olhar de ressaca é uma expressão literária que descreve um olhar intenso, hipnotizante e cheio de mistério. Ele é comparado à força de uma onda que se retira da praia nos dias de ressaca, arrastando tudo para dentro.

Características de um olhar de ressaca:

 ● Intensidade: Um olhar que parece penetrar na alma.
 ● Mistério: Um olhar que esconde segredos e provoca curiosidade.
 ● Sedução: Um olhar que atrai e fascina.
 ● Força: Um olhar que parece ter o poder de controlar e manipular.

Origem:

A expressão "olhos de ressaca" tornou-se famosa graças ao romance "Dom Casmurro" de Machado de Assis, onde o personagem Bentinho descreve os olhos de Capitu com essa metáfora.

Significado:

O significado exato de um olhar de ressaca pode variar dependendo do contexto, mas geralmente ele evoca sensações de:
 ▪︎ Desejo: O desejo de descobrir o que se esconde por trás daquele olhar.
 ▪︎ Incerteza: A incerteza sobre as verdadeiras intenções da pessoa que possui esse olhar.
 ▪︎ Perigo: A sensação de estar sendo puxado para um lugar desconhecido e perigoso.

Experiência que Envolve:

Um olhar de ressaca é mais do que apenas um olhar, é uma experiência que envolve todos os sentidos e provoca uma profunda impressão em quem o recebe.

segunda-feira, junho 24, 2024

A Injustiça Eterna: A Perseguição a Capitu


Por Enéas Bispo 

Em Dom Casmurro, Machado de Assis tece uma narrativa que, a princípio, parece ser uma simples história de amor. No entanto, a dúvida sobre a traição de Capitu se torna o cerne da trama, alimentando debates acalorados até os dias de hoje.

Mas por que essa obsessão em desvendar a verdade sobre a suposta traição? Será que a fascinação reside na busca por um veredicto definitivo, na necessidade de condenar ou absolver Capitu? Ou será que essa busca esconde algo mais profundo, um desejo de controlar a narrativa, de impor uma verdade única sobre a vida de uma personagem fictícia?

Ao expor Capitu à desconfiança e ao julgamento, Machado, mesmo que sem intenção, contribui para a perpetuação de uma cultura de linchamento moral. A personagem se torna alvo de fofocas e especulações, como se sua vida privada fosse um espetáculo a ser dissecado pelo público.

É importante lembrar que Capitu é uma personagem literária, uma criação da mente de Machado de Assis. Ela não é uma pessoa real, com seus próprios pensamentos e sentimentos. Reduzir sua complexa existência à mera questão da traição é um desserviço à obra e à própria personagem.

Ao invés de nos concentrarmos em julgar Capitu, deveríamos nos debruçar sobre a riqueza da obra de Machado. Devemos explorar os temas que ele aborda, as nuances dos personagens e a genialidade de sua escrita.

Afinal, a verdadeira traição reside naqueles que se recusam a ver a humanidade por trás da ficção, que insistem em reduzir personagens complexas a meras caricaturas.

Em vez de perseguir Capitu com julgamentos infundados, que tal celebrarmos a genialidade de Machado de Assis e a riqueza de sua obra?

quarta-feira, maio 22, 2024

Adelaide e o Balé das Estações


Por Enéas Bispo

Adelaide, a senhora do equilíbrio, decidiu um dia celebrar a mudança das estações com um espetáculo único: o Balé das Estações. Ela convidou toda a cidade para o grande parque central, onde um palco fora montado sob o céu aberto.

À medida que a música começava, Adelaide subiu ao palco. Vestida com um traje que refletia todas as quatro estações – com folhas de outono bordadas, flores de primavera, raios de sol de verão e flocos de neve de inverno – ela dançou com uma graça que desafiava a própria natureza.

Com cada movimento, Adelaide trazia a essência das estações à vida. No inverno, ela girava como um flocos de neve caindo suavemente. Na primavera, seus passos floresciam como botões abrindo-se ao sol. No verão, ela brilhava intensamente, irradiando calor e luz. E no outono, cada movimento seu parecia derrubar folhas douradas das árvores imaginárias ao seu redor.

O público assistia em silêncio, completamente hipnotizado pela performance. Crianças e adultos, jovens e idosos, todos sentiam a passagem do tempo e a mudança das estações de uma maneira que nunca haviam experimentado antes.

Quando a dança terminou, um coro de aplausos irrompeu, tão caloroso e vibrante quanto o próprio espetáculo. Adelaide, com um sorriso humilde, agradeceu a todos, lembrando-os de que a vida, assim como as estações, está em constante movimento e transformação.

E assim, a lenda de Adelaide continuou a crescer, não apenas como a mulher mais equilibrada da terra, mas também como a bailarina que dançou o ciclo eterno da vida.

terça-feira, maio 14, 2024

Luz,Caos e Sabedoria

Por Enéas Bispo

Em um quarto escuro, sob a Lua escondida,
Papéis e livros jazem, em silêncio, estendidos.
A luz suave da lua, timidamente, se insinua,
Revelando vestígios de uma mente que continua.

Na quietude da noite, pensamentos dançam,
Entre sombras e sonhos, eles avançam.
O estudante da madrugada, em busca do saber,
Deixa rastros de esforço, antes do amanhecer.

O eco de ideias, em folhas dispersas,
Conta histórias de descobertas imersas.
Nesse santuário de papel e tinta,
A inspiração, como estrela, pisca e cintila.

E assim, na calada da noite, a criação se faz,
No silêncio eloquente, onde o tempo é capaz.
De transformar o caos em ordem, a escuridão em luz,
Nesse palco de papel, onde a mente conduz.


quarta-feira, maio 08, 2024

Monalisa - A Guerreira Urbana da Falange da Paz

Por Enéas Bispo 

Em meio ao caos urbano e à luta constante contra a criminalidade, surge uma figura que se tornou o símbolo da resistência e da justiça nas ruas de nossa cidade: Monalisa, a guerrilheira urbana do Grupo Falange da Paz. Com uma determinação inabalável e uma coragem que inspira tanto medo quanto admiração, Monalisa é a heroína que nunca dorme, sempre vigilante, sempre pronta para agir.

Uma Lenda nas Sombras

Monalisa não é uma pessoa comum. Ela é um enigma, uma lenda viva que percorre as sombras da cidade, sempre um passo à frente dos criminosos. Seu nome é sussurrado com respeito pelas pessoas e com temor pelos que vivem à margem da lei. Dizem que ela conhece cada beco, cada esconderijo, cada segredo que as ruas escondem.

A Falange da Paz e Sua Missão

O Grupo Falange da Paz, liderado pela incansável Monalisa, é uma organização dedicada a combater a injustiça e a proteger os inocentes. Eles são os guardiões invisíveis, os protetores que agem onde a lei parece falhar. Com uma rede de informantes e uma estratégia impecável, eles desmantelam operações criminosas com precisão cirúrgica.

Dia e Noite, a Vigilância Não Cessa

Para Monalisa, a luta contra o crime não conhece descanso. Dia e noite, ela está atenta, seus olhos percorrendo cada movimento suspeito, cada sinal de perigo. Ela é a primeira linha de defesa da cidade, a barreira intransponível que se interpõe entre a paz e o caos.

O Terror da Bandidagem

Para os criminosos, Monalisa é o terror personificado. Eles sabem que ela está lá fora, esperando, observando. Com cada ação bem-sucedida da Falange da Paz, a lenda de Monalisa cresce, e com ela, a esperança de um futuro mais seguro para todos.

Uma Heroína para Nossos Tempos*

Monalisa é mais do que uma guerrilheira urbana; ela é um ícone, uma força motriz para a mudança positiva. Em um mundo onde a violência e o medo parecem dominar, ela nos lembra de que ainda há pessoas dispostas a lutar pelo que é certo. Monalisa é a prova de que, mesmo nas trevas, a luz da justiça ainda pode brilhar.

*Esta matéria é uma obra de ficção, criada para entreter e inspirar. Qualquer semelhança com eventos ou pessoas reais é mera coincidência.


sábado, maio 04, 2024

Grafite & Tinta

📷/→✍ Enéas Bispo

Com lápis se escreve, traços de esperança,
Em folhas brancas, nasce a dança.
Da literatura que flui, livre e farta,
Nas veias do papel, pulsa a arte.

Com lápis se pinta, o mundo em cores,
Sonhos desenhados, entre dores e amores.
Grafite desliza, contornando a sina,
De uma história que em tinta, se destina.

Literatura e Arte, irmãs de criação,
Uma tece palavras, outra dá forma à visão.
Juntas entrelaçadas, em harmonia e paixão,
Grafite e Tinta, eternas em canção. 

segunda-feira, abril 22, 2024

O Lar dos Sonhos Esquecidos

 Uma Jornada Através do Véu do Esquecimento 

Por Enéas Bispo

Em um reino oculto, longe dos olhos profanos, reside um lugar mágico conhecido como o Lar dos Sonhos Esquecidos. Escondida no véu do esquecimento, essa tela secreta serve como lar para os poetas e seus sonhos tecidos com fios de memórias perdidas.

As paredes do Lar dos Sonhos Esquecidos florescem com segredos que foram enterrados no tempo, sussurrando histórias de amores perdidos, aventuras épicas e sabedoria ancestral. Cada poema que ecoa nessas paredes é um portal para um universo de emoções e experiências, convidando o visitante a mergulhar nas profundezas da imaginação e do sentimento.

No coração do Lar dos Sonhos Esquecidos, reside uma comunidade de poetas dedicados a preservar e celebrar a beleza dos sonhos esquecidos. Reunidos em torno de mesas antigas e sob a luz suave de velas tremulantes, eles compartilham seus versos, tecendo novas histórias e dando vida aos segredos que residem nas paredes.

Para aqueles que ousam cruzar o limiar do Lar dos Sonhos Esquecidos, uma jornada transformadora os aguarda. Através da poesia e da conexão com a comunidade de poetas, os visitantes podem desbloquear memórias perdidas, reavivar a criatividade e encontrar a inspiração para seguir seus próprios sonhos.

O Lar dos Sonhos Esquecidos é um refúgio para aqueles que acreditam no poder da imaginação e na beleza dos sonhos. É um lugar onde a memória e a criatividade se entrelaçam, dando vida a histórias que transcendem o tempo e o espaço. Se você busca inspiração, conexão e a oportunidade de se conectar com a sua própria criatividade, o Lar dos Sonhos Esquecidos te espera de braços abertos.

sábado, abril 06, 2024

Ziraldo, o Menino Maluquinho que encantou o Brasil, morre aos 91 anos


Por Enéas Bispo 

Ziraldo Alves Pinto, o cartunista, escritor e dramaturgo que nos presenteou com o inesquecível Menino Maluquinho e tantas outras obras memoráveis, faleceu neste sábado (6) aos 91 anos, em sua casa no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada.

Ziraldo era um artista completo, que transitava com maestria entre a literatura, o humor, a crítica social e a política. Sua obra, marcada pela criatividade, irreverência e humor inteligente, encantou e inspirou gerações de brasileiros.

O Menino Maluquinho, um ícone da literatura infantil brasileira


Em 1969, Ziraldo deu vida ao Menino Maluquinho, personagem que se tornou um ícone da literatura infantil brasileira. O menino de cabelos espetados e imaginação fértil conquistou o coração de crianças e adultos com suas aventuras, travessuras e reflexões sobre a vida.

O livro "O Menino Maluquinho" foi traduzido para mais de 10 idiomas e vendeu milhões de exemplares, tornando-se um clássico da literatura mundial. As histórias do personagem também foram adaptadas para o cinema, teatro e televisão.

Um legado de criatividade e arte

Ziraldo foi um artista prolífico, que produziu uma vasta obra que inclui livros infantis e adultos, quadrinhos, charges, cartuns, peças de teatro e roteiros de cinema.

Algumas de suas obras mais famosas:

Livros infantis: O Menino Maluquinho, Flicts, A Turma do Pererê, O Bichinho da Maçã

Livros para adultos: O Pasquim, A Supermãe, O Corvo, O Gerente

Quadrinhos: Turma do Pererê, Jeremias Sem-Chão

Charges: publicadas em diversos jornais e revistas brasileiras

Ziraldo, uma voz crítica e engajada

Ziraldo era um artista engajado nas questões sociais e políticas do Brasil. Sua obra frequentemente abordava temas como a desigualdade social, a censura e a defesa da democracia.

Um artista que deixa saudades

A morte de Ziraldo é uma grande perda para a cultura brasileira. Ele deixa um legado de criatividade, humor e inteligência que continuará a inspirar e encantar pessoas de todas as idades.

Homenagens

Nas redes sociais, diversas personalidades e instituições lamentaram a morte de Ziraldo e prestaram homenagens ao artista.

"Ziraldo foi um gênio da nossa literatura e do nosso humor. Sua obra marcou a vida de milhões de brasileiros", escreveu o presidente da República em seu Twitter.

"O Brasil perde hoje um de seus maiores artistas. Ziraldo, obrigado por tudo", disse a escritora Ana Maria Machado.

Despedida

Ziraldo será velado neste domingo (7) no Rio de Janeiro. O enterro será realizado no dia seguinte em um cemitério da cidade.

Fica a saudade e a gratidão por um artista que nos ensinou a ver o mundo com mais humor, criatividade e amor.

quarta-feira, fevereiro 28, 2024

10 Razões Irresistíveis para se Envolver no Universo de Machado de Assis


Por Enéas Bispo 

1. Mergulhe na Essência da Literatura Brasileira: Machado de Assis, o "Bruxo do Cosme Velho", é considerado o pai da literatura brasileira. Sua obra monumental, composta por romances, contos, crônicas e peças teatrais, é a porta de entrada para a rica cultura e história do nosso país.

2. Desvende os Segredos da Alma Humana: Através de personagens complexos e psicologicamente elaborados, Machado explora os meandros da alma humana, revelando suas nuances, contradições e desejos mais íntimos. Prepare-se para se deparar com a hipocrisia, o amor, a traição, a ambição e a busca incessante pelo sentido da vida.

3. Domine a Arte da Ironia e do Humor: Machado era um mestre da ironia e do humor refinado. Sua escrita, permeada por sarcasmo e sátira, te fará rir e refletir ao mesmo tempo, aguçando seu senso crítico e sua percepção do mundo.

4. Aprimore seu Vocabulário e Estilo: A linguagem de Machado é rica, elegante e precisa. Ao ler suas obras, você terá a oportunidade de ampliar seu vocabulário e aprimorar seu estilo de escrita, tornando-se um comunicador mais eficaz.

5. Viaje no Tempo pela História do Brasil: As obras de Machado retratam a sociedade brasileira do século XIX, com seus costumes, valores e contradições. Através de seus personagens e histórias, você poderá viajar no tempo e conhecer de perto o passado do nosso país.

6. Descubra a Universalidade das Emoções: Apesar de retratar a sociedade brasileira do século XIX, as obras de Machado abordam temas universais e atemporais, como o amor, a morte, a busca pela felicidade e o sentido da vida. Seus personagens e histórias são tão reais e complexos que se conectam com os leitores de qualquer época ou lugar.

7. Encante-se com a Beleza da Literatura: A escrita de Machado é considerada uma obra de arte. Sua prosa poética, repleta de metáforas, ironia e humor, te proporcionará uma experiência literária única e inesquecível.

8. Desafie-se Intelectualmente: As obras de Machado não são apenas belas e envolventes, mas também desafiadoras. Seus romances e contos te farão pensar sobre a vida, a sociedade e o ser humano de uma maneira profunda e crítica.

9. Enriqueça seu Repertório Cultural: Ler Machado de Assis é essencial para se ter um bom repertório cultural. Suas obras são referência para a literatura brasileira e mundial, e seus personagens e frases célebres são conhecidos e apreciados por leitores de todas as idades.

10. Junte-se à Legião de Admiradores: Machado de Assis é um dos autores mais aclamados da literatura universal. Seus livros são traduzidos para diversos idiomas e lidos por milhões de pessoas em todo o mundo. Ao ler suas obras, você se junta a uma legião de admiradores que reconhecem sua genialidade e importância para a literatura.

Comece sua Jornada: Não perca tempo! Escolha um dos livros de Machado de Assis e embarque em uma jornada literária inesquecível. Descubra a riqueza da literatura brasileira, explore a complexa natureza humana e encante-se com a beleza e a genialidade de um dos maiores escritores de todos os tempos.

quarta-feira, dezembro 27, 2023

A força secreta do objeto livro: como os livros podem transformar nossas vidas


Por Enéas Bispo

Os livros são objetos fascinantes. Eles contêm palavras, imagens, ideias, histórias, conhecimentos, emoções, sonhos e muito mais. Eles podem nos transportar para outros mundos, nos fazer rir, chorar, pensar, aprender, questionar, inspirar e mudar. Eles podem ser nossos amigos, professores, guias, conselheiros, confidentes e companheiros. Eles podem ser fontes de prazer, sabedoria, esperança, desafio e consolo. Eles podem ser objetos de arte, de memória, de resistência, de identidade e de amor.

Mas qual é a força secreta que os livros têm? Como eles podem exercer tanta influência sobre nós? O que há de especial no objeto livro que o torna tão poderoso e mágico?

Uma possível resposta é que os livros são objetos que nos conectam. Eles nos conectam com os autores, que compartilham conosco suas visões, experiências, sentimentos e pensamentos. Eles nos conectam com os leitores, que interagem com os textos, interpretam, criticam, apreciam, se identificam e se emocionam. Eles nos conectam com as culturas, que produzem, circulam, preservam, valorizam e transformam os livros. Eles nos conectam com as épocas, que marcam os livros com seus contextos, estilos, temas, problemas e desafios. Eles nos conectam com nós mesmos, que nos descobrimos, nos expressamos, nos desenvolvemos, nos transformamos e nos realizamos através dos livros.

Os livros são objetos que nos conectam porque são objetos que nos comunicam. Eles são meios de comunicação que transmitem mensagens, significados, valores, ideologias, estéticas e éticas. Eles são formas de comunicação que possibilitam diálogos, debates, trocas, influências, conflitos e consensos. Eles são modos de comunicação que estimulam criatividade, imaginação, reflexão, crítica, sensibilidade e ação.

Os livros são objetos que nos comunicam porque são objetos que nos representam. Eles são espelhos que refletem nossas identidades, nossas diferenças, nossas semelhanças, nossas singularidades e nossas pluralidades. Eles são janelas que revelam nossas realidades, nossas fantasias, nossas utopias, nossas distopias, nossas verdades e nossas mentiras. Eles são pontes que aproximam nossas subjetividades, nossas intersubjetividades, nossas objetividades, nossas coletividades, nossas diversidades e nossas humanidades.

Os livros são objetos que nos representam porque são objetos que nos afetam. Eles são instrumentos que nos educam, nos informam, nos formam, nos transformam e nos reformam. Eles são recursos que nos divertem, nos entretêm, nos emocionam, nos envolvem e nos movem. Eles são ferramentas que nos empoderam, nos libertam, nos resistem, nos contestam e nos propõem.

Os livros são objetos que nos afetam porque são objetos que nos importam. Eles são valores que nos importam porque nos significam, nos orientam, nos motivam e nos realizam. Eles são bens que nos importam porque nos pertencem, nos enriquecem, nos doam e nos legam. Eles são tesouros que nos importam porque nos encantam, nos fascinam, nos maravilham e nos iluminam.

Os livros são objetos que nos importam porque são objetos que nos amam. Eles são objetos que nos amam porque nos acolhem, nos compreendem, nos aceitam e nos respeitam. Eles são objetos que nos amam porque nos desafiam, nos provocam, nos questionam e nos surpreendem. Eles são objetos que nos amam porque nos acompanham, nos apoiam, nos confortam e nos alegram.

Os livros são objetos que nos amam porque são objetos que nós amamos. E nós amamos os livros porque eles são objetos que nos conectam, nos comunicam, nos representam, nos afetam e nos importam. E nós amamos os livros porque eles são objetos que têm uma força secreta: a força do amor. 

domingo, novembro 05, 2023

Jeanne Bilich e o espírito do seu tempo


Por Enéas Bispo

Jeanne Bilich foi uma jornalista, escritora e acadêmica capixaba que deixou um legado de talento, sensibilidade e inteligência na sua obra literária. Em "Zeitgeist: Espírito do Tempo", ela reúne 56 crônicas publicadas no jornal A Gazeta entre 2007 e 2009, nas quais aborda temas variados como política, cultura, sociedade, comportamento, memória, espiritualidade e cotidiano. Com uma linguagem refinada, irônica e envolvente, ela convida o leitor a refletir sobre o seu tempo e o seu lugar no mundo, dialogando com pensadores como Nietzsche, Jung, Freud, Sartre, Foucault, entre outros. As crônicas de Jeanne Bilich revelam uma mulher que viveu intensamente, que não se conformou com as injustiças, que buscou o autoconhecimento e que expressou a sua visão de mundo com originalidade e elegância. "Zeitgeist: Espírito do Tempo" é um livro que captura o espírito de uma época, mas que também transcende o seu tempo, pois trata de questões universais e atemporais que dizem respeito à condição humana. É uma obra que merece ser lida e apreciada por todos que admiram a arte da crônica e a personalidade marcante de Jeanne Bilich.


segunda-feira, setembro 25, 2023

A Guardiã dos Segredos


Por Enéas Bispo

Ela guarda os segredos do universo

Com sabedoria e discrição

Nada escapa ao seu olhar diverso

Nem mesmo a mais profunda emoção


Ela sabe o que há no coração

De cada ser que habita a terra e o céu

Ela ouve a confissão

De quem se abre com ela como um véu


Ela não julga, nem condena, nem absolve

Ela apenas guarda, com cuidado e amor

Os segredos que a vida lhe envolve


Ela é a guardiã dos segredos, a protetora

Daquilo que é sagrado e misterioso

Ela é a poesia, a arte, a inspiradora


sexta-feira, outubro 21, 2011

Beba a vida!


Hoje saia por aí e beba a vida aos goles!
Absorva, absorva tudo. 
Absorva o cheiro do mato, do mar, das ruas, das pessoas.
Beba o sorriso das pessoas.
Se embriague de alegria.
Leia um livro do Mia Couto, um que fale das varandas do Índico!
Por favor, beba a vida aos goles, goles de generosidade, generosidade com poesia.
Sinta a luz do Sol,
Beba a luz do Sol.
"Toque uma árvore, colha uma flor, aspire o perfume".(Mia Couto)
Brinque com o tempo, esqueça-o e venha para rua,
Encontre aquela pessoa, beije-a,
E com ela, beba a vida.

Texto: Enéas Bispo de Oliveira

quarta-feira, outubro 22, 2008

VIVER & ESCREVER


Acabei de ler o livro Viver & Escrever da maravilhosa escritora Edla Van Steen. Na realidade esse é uma obra com depoimentos de grandes nomes das letras do Brasil a exemplo de Mario Quintana, Orígenes Lessa, Nélida Piñon, Dias Gomes, Jorge Amado entre tantos outros. Edição da L&PM Pocket, você encontra esse tomo nas boas livrarias e bancas de revistas. Na introdução a Edla observa: “Tem sido realmente um privilégio ser contemporâneo de tão significativos nomes da literatura brasileira”. E a Edla soube como ninguém estrair verdades das almas desses escritores por ela entrevistados; eu nem diria que foram entrevistados mas sim tiveram uma conversa em que declarações e detalhes íntimos foram sendo revelados.
Quero pinçar algumas dessas declarações e fazer os meus comentários para que vocês possam sentir a delícia que é esse livro, livro esse que recomendo, se você aprêcia a boa leitura.
Mario Quintana – “Ser poeta não é uma maneira de escrever. É uma maneira de ser. O leitor de poesia é também um poeta.” Interessante ler uma afirmação dessas do Mario, por ele nos apresentar a poesia e o ser poeta como estilo de vida e não como alguém simples e vulgar, colocando o leitor (aprêciador) de poesia como (também) um poeta. Conheço um senhor do interior da Paraíba que jamais escreveu uma linha, porém publicou um livro reunindo poesias de amigos, e por isso todos o trata por poeta, não por ser, mas por aprêciar e patrocinar de forma eficaz a poesia. E Mario ainda afirma que o poeta “não é um relações públicas e sim um relações íntimas.” Li (não lembro onde) que "ser poeta é carregar o mundo em si”, acho que um mundo de intimidades. Poesia é leitura para intimidade, decorre daí a declaração do Mario ser tão cabível, por colocar o poeta quase na qualidade de confessor.
Orígenes Lessa – Declarou escrever seus textos com canetas BIC por ter alergias a todo tipo de máquina ou mecanismo, “por mais simples que seja”. São particularidades tão interessantes por fazer com que reconheçamos as nossas próprias manias. Antigamente eu também não conseguia escrever nas jurássicas máquinas de escrever,achava que as idéias não fluíam bem. Só com muito treino e auto-imposições é que consegui me libertar das famigeradas canetas BIC e deixar as minhas idéias correrem pelas pontas dos dedos.
Orígenes fala que nos tempos negros do Brasil ele lia muitos textos subversivos, entre os quais um “Jesus Cristo era anarquista”.Eu queria entender o que era um texto subversivo; aquele tempo era tão mais emocionante! Não é? Hoje em dia não existe mais isso, nada é subversivo, impróprio, proibido ou censurado. Estou com vontade de ir visitar algum país onde isso ainda exista, só para saber como é. Ou melhor não? Deixemos pois essas experiências com o senhor Lessa e aqueles do seu tempo.
Nélida Piñon – Nélida Piñon a imortal da Academia Brasileira de Letras nos oferece uma pílula do que era a sua infância. “Não fui propriamente travessa. Segundo depoimento familiar, havia em mim uma avidez que não tenho agora como reconstituir. Queria fazer de tudo, sem chamar a atenção. Desde subir às árvores, criando entre os galhos um ninho amigo, onde ficava horas a ler, até escrever uma revistinhas que em seguida passava a meu pai, ao preço de cinco cruzeiros. Pagava-me ele a imaginação e a iniciativa comercial. Enquanto aplicava-me modesta lição de realidade.” É bom sabermos esses detalhes dos nossos escritores preferidos,é através dessas declarações que passamos a perceber ser eles não apenas divindades das letras mas também pessoas humanas que tiveram uma infância alegre, normal e principalmente num ambiênte familiar que lhes propiciaram as suas majestosas criações.
Dias Gomes – Grande novelista e teatrólogo e antes de tudo um homem das letras. Mesmo sendo íntimo das palavras não quis enveredar pela poesia, embora as tivesse escrito e jamais divulgado: “Não ultrapassavam o valor de um pileque ao som de um tango”. Dias tinha razão, quando se tem fama é preciso ter senso crítico para saber o que pode e o que não pode. Dias Gomes teve senso crítico de perceber que a sua poesia não era nada original, segundo ele (a sua poesia) poderia tirar o foco daquilo que ele dominava facilmente: criar estórias com personagens ricos para o teatro e televisão.
Jorge Amado – Jorge Amado, um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros. Faz uma declaração no livro da Edla que considero das mais importantes: “Não basta melhorar as condições materiais do homem, faz-se necessário garantir também sua liberdade de pensamento, seus direitos de cidadão. Socialismo sem democracia é socialismo capenga, que facilmente pode se transformar em ditadura da pior qualidade, voltada para os interesses dos donos do poder e não para os interesses das grandes massas populares”. Amado que era de idéias socialistas tinha toda razão quando fala de um dos direitos mais prementes da pessoa humana que é o de se comunicar livremente, ter suas idéias e opiniões respeitadas e não ser cerceados nos seus direitos de ir e vir. Como diz a música do Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito em sua música COMIDA: “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. Esse é um direito básico de um indivíduo e o Amado tocou tão bem nesse quesito, liberdade de pensamento, de expressão e de jogar com idéias.
Edilberto Coutinho – E prá finalizar, uma frase do não tão conhecido paraibano Edilberto Coutinho; jornalista, contista, ensaísta e tradutor. Também entrevistado por Edla: “O bom conto tem que agarrar o leitor desde a primeira frase, não permitindo que ele se demita do texto até o ponto final. É na leitura que o texto se realiza”. Essa é uma boa dica para quem quer se aventurar pelo mundo das letras.
P.S. – Não deixem de comprar o ótimo livro da Edla Van Steen.


Texto e Foto: ENÉAS BISPO