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segunda-feira, janeiro 29, 2024

Por que dar sopa para Monalisa? Um protesto pela alimentação saudável e sustentável


Por Enéas Bispo
📷 AFP

No último domingo, 28 de janeiro de 2024, duas ativistas climáticas causaram alvoroço no museu do Louvre, em Paris, ao jogarem sopa vermelha no vidro que protege a pintura mais famosa do mundo: a Monalisa, de Leonardo da Vinci. O ato foi uma forma de chamar a atenção para a crise alimentar que afeta milhões de pessoas na Europa e no mundo, e para a necessidade de uma agricultura mais ecológica e socialmente justa.

As manifestantes fazem parte do grupo francês "Riposte Alimentaire" (Resposta Alimentar), que defende o direito a uma alimentação saudável e sustentável para todos. Segundo elas, o sistema agrícola atual está doente e os agricultores estão morrendo no trabalho, vítimas de exploração, endividamento e agrotóxicos. Elas também denunciam o desperdício de alimentos, a poluição dos solos e das águas, e as emissões de gases de efeito estufa causadas pela produção e pelo transporte de alimentos.

Para resolver essa situação, o grupo propõe que os alimentos sejam incluídos na rede de segurança social e que cada residente receba um cartão com 150 euros por mês para comprar produtos pré-aprovados e "democraticamente selecionados". Eles também exigem que o governo apoie a transição para uma agricultura orgânica, local e diversificada, que respeite os direitos dos trabalhadores e dos animais, e que contribua para a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas.

O protesto no Louvre não foi o primeiro nem o último do grupo, que já realizou outras ações similares em outros museus e monumentos da França e da Europa. Eles afirmam que não têm nada contra a arte, mas que querem mostrar que não há arte em um planeta morto. Eles também esperam provocar um debate público sobre a questão alimentar, que consideram urgente e vital.

A reação das autoridades e do público foi mista. Alguns apoiaram a causa e a criatividade das ativistas, outros criticaram a violência e o desrespeito ao patrimônio cultural. A pintura da Monalisa não foi danificada, pois estava protegida por um vidro blindado, mas as manifestantes foram detidas e podem responder por vandalismo. O museu do Louvre informou que vai reforçar as medidas de segurança para evitar novos incidentes.

terça-feira, novembro 07, 2023

O AGRO NÃO É VILÃO: a necessidade de reconhecer a importância e a sustentabilidade do setor agrícola brasileiro


Por Enéas Bispo

O agro brasileiro é um dos setores mais importantes da economia nacional, responsável por gerar emprego, renda e divisas para o país. No entanto, esse segmento também é alvo de críticas e acusações de ser o principal vilão do meio ambiente, especialmente no que se refere ao desmatamento da Amazônia e ao uso de agrotóxicos. Essa visão negativa do agro foi evidenciada nas questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2023, que abordaram temas como a pecuária extensiva, a monocultura da soja e o impacto dos transgênicos na biodiversidade. 

O que essas questões revelam é uma falta de conhecimento sobre a realidade do agro brasileiro, que vem se modernizando e se tornando cada vez mais sustentável. Segundo dados da Embrapa, o Brasil é o país que mais preserva suas florestas nativas, com 66,3% do seu território coberto por vegetação original. Além disso, o país é líder mundial em agricultura de baixo carbono, com práticas como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de biocombustíveis. O Brasil também é referência em biossegurança, com rigorosos critérios para a aprovação e o uso de organismos geneticamente modificados (OGMs) e defensivos agrícolas.

Portanto, é preciso combater a demonização do agro brasileiro, que é baseada em mitos e preconceitos, e valorizar o seu papel estratégico para o desenvolvimento do país. O ENEM, como uma avaliação que visa medir as competências e habilidades dos estudantes, deveria contribuir para a formação de uma consciência crítica e cidadã, e não para a propagação de uma visão distorcida e simplista de um setor tão complexo e diverso como o agro.