
E o piano morreu nas labaredas do teatro! A morte na madrugada insana, a madrugada ofegante da cidade opressora. Morreu o piano, consumido nas labaredas do teatro. Morte lenta e cruel na madrugada silenciosa paulistana.
Toda a cidade dormia enquanto o Piano morria.
Nenhum acorde, nenhuma nota em suas teclas, nenhum lamento, nenhuma trilha sonora para morte noturna do Piano.
O fogo crepitava, lambia, se enroscava no corpo do Piano; comia suas carnes, seus choros, seus gritos, suas melodias sem audiência.
Mas eu digo que nenhuma morte é silenciosa, existe mesmo os gritos calados.
E São Paulo acordou com a notícia da morte do Piano; o jornal escreveu, o rádio falou, a televisão mostrou. Mas a cidade insana não chorou e nem lamentou a morte do Piano.
Se pessoas morrem aos montes porque haveríamos de chorar a morte de um Piano? Me perguntou alguém.
Toda a cidade dormia enquanto o Piano morria.
Nenhum acorde, nenhuma nota em suas teclas, nenhum lamento, nenhuma trilha sonora para morte noturna do Piano.
O fogo crepitava, lambia, se enroscava no corpo do Piano; comia suas carnes, seus choros, seus gritos, suas melodias sem audiência.
Mas eu digo que nenhuma morte é silenciosa, existe mesmo os gritos calados.
E São Paulo acordou com a notícia da morte do Piano; o jornal escreveu, o rádio falou, a televisão mostrou. Mas a cidade insana não chorou e nem lamentou a morte do Piano.
Se pessoas morrem aos montes porque haveríamos de chorar a morte de um Piano? Me perguntou alguém.
Mas eu chorei a morte do Piano!!!
Um choro solitário, para poucos...
Pianos não podem morrer! Piano não pode morrer numa morte humilhante, consumido pelo fogo numa madrugada qualquer. Numa madrugada em que nem canto de galo se ouvia.
O Piano morreu! E com ele as esperanças de homens e mulheres, de crianças sem guarida. Morreu a esperança daqueles que buscam a felicidade dos acordes batidos nas teclas de um Piano.
Mas o certo é que o Piano se transformou em cinzas sonoras, cinzas espalhadas nos acordes dissonantes da cidade, cidade carente de sons de alegria. De melodias e de sorrisos! Melodias de Piano.
O Piano morreu e a sua alma vaga pela cidade vaga.
Enéas Bispo de Oliveira – Fotógrafo e triste com a morte do Piano.
Um choro solitário, para poucos...
Pianos não podem morrer! Piano não pode morrer numa morte humilhante, consumido pelo fogo numa madrugada qualquer. Numa madrugada em que nem canto de galo se ouvia.
O Piano morreu! E com ele as esperanças de homens e mulheres, de crianças sem guarida. Morreu a esperança daqueles que buscam a felicidade dos acordes batidos nas teclas de um Piano.
Mas o certo é que o Piano se transformou em cinzas sonoras, cinzas espalhadas nos acordes dissonantes da cidade, cidade carente de sons de alegria. De melodias e de sorrisos! Melodias de Piano.
O Piano morreu e a sua alma vaga pela cidade vaga.
Enéas Bispo de Oliveira – Fotógrafo e triste com a morte do Piano.
6 comentários:
Adorei! Muito bom, parabéns. Beijos
Chorar a morte do piano, prá mim, é também chorar a morte da sensibilidade, do aconchego, da ternura que os acordes nos oferecem. Mas, há uma saída. Depois do luto, tem que se olhar para além do piano. "A alma que vagueia na cidade vaga" pode ser sinal de que se morre para renascer melhor.
Divaguei no seu texto e endoideci no comentário. Não se assuste. Isso penso.
Um abraço
Confesso que não peguei o sentido por trás do texto, mas o comentário da Jacinta me mostrou uma prisma muito interessante de interpretação. Parabéns pelo texto, e pelas fotografias.
Sobre meu post "Eu, montanha" no Sangue, Rosas e Vinho Tinto, não tenho certeza se você entendeu bem. Não pretendo 'conquistar a montanha', chegar ao topo (na verdade alcançar um objetivo) foi minha conquista. E sobre o ser humano que eu quero conhecer sou eu mesma, e realmente não pretendo me conhecer completamente nunca, mas procurarei chegar o mais perto disso.
E sobre o comentário no fotolog Tiro ao Alvo, eu querer ser água significa querer ser clara e cristalina como a água, mais uma vez me remeto ao querer me entender e me conhecer. Ou seja, são as propriedades subjetivas da água que almejo e não as físicas.
Obrigada pelos comentários, seja sempre bem-vindo!
Intrigante este teu texto! tentei captar mais profundo o que buscaste provar com a morte de uma piano... Pianos não morrem! Pianos são substituídos! Homens não!
Vão-se os pianos, mas ficam os dedos... E nos dedos do pianista sim, ha esperança! A melodia renasce, a platéia volta a aplaudir, a cidade volta a cantar...
Mas últimamente estamos tão voltados para nós mesmos, embrutecidos, acomodados a tantas tragédias que se ignoramos a morte de "fulanos", por que choraríamos a do piano?!... Mas vc chorou, lamentou em silencio... E acredite, muitos como vc choraram em silencio!
beijok. Você prossegue surpreendendo!
Dindoo...sabe que vamos marcar mesmo esse dia. Ainda bem que final do ano esta chegando, logo logo vamos desvendar São Paulo. Sabe que em relação o texto, vou seguir o resciocinio da pessoa acima, Intrigante. Da até um medo...hehhe...Dindo obrigado por tudo!
Meu carissimo... estou de férias e vim na intenção deliciar-me aqui, mas percebo que meu dignissimo, talentoso escritor não anda mais,querendo compartilhar suas pérolas com outros! rsrsr
Enéas, insistirei em vir, pois aqui, neste espaço de cultura vasta me delicio, encanto e surpreendo-me, sempre!!!
Boas Festas!!
Um abraço fraterno da amiga e sempre fã:
Marisa Rosa
Postar um comentário