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terça-feira, outubro 01, 2024

A Complexidade dos Conflitos


Por Enéas Bispo

Os conflitos no Oriente Médio têm sido uma constante na história recente, com Israel frequentemente no centro das atenções devido às suas ações militares. Recentemente, a situação se intensificou com a invasão do Líbano e os bombardeios no Iêmen, resultando em um cenário de sofrimento e morte para muitas pessoas.

Invasão do Líbano

No passado mês de setembro, as Forças de Defesa de Israel (IDF) realizaram uma invasão terrestre no Líbano, a primeira desde 2006. Este movimento foi justificado por Israel como uma resposta a ataques do Hezbollah, um grupo militante libanês apoiado pelo Irã. A invasão resultou em intensos combates e bombardeios, causando a morte de civis e combatentes.

Bombardeios no Iêmen

Simultaneamente, Israel lançou ataques aéreos no Iêmen, direcionados a alvos controlados pelos rebeldes houthis. Esses bombardeios foram parte de uma ofensiva mais ampla contra grupos militantes na região, que Israel alega serem apoiados pelo Irã. Os ataques no Iêmen resultaram em numerosas baixas e agravaram a já crítica situação humanitária no país.

Impacto Humanitário

As ações militares de Israel no Líbano e no Iêmen têm gerado críticas internacionais devido ao alto número de vítimas civis e à destruição de infraestrutura essencial. Organizações de direitos humanos têm denunciado o uso desproporcional da força e a violação de leis internacionais de guerra. A população civil, já sofrendo com anos de conflito, enfrenta agora uma crise humanitária ainda mais severa, com falta de acesso a alimentos, água e cuidados médicos.

Tensões Geopolíticas 

Os conflitos envolvendo Israel, Líbano e Iêmen são complexos e multifacetados, refletindo as tensões geopolíticas e religiosas da região. A busca por uma solução pacífica é essencial para evitar mais sofrimento e destruição. A comunidade internacional deve intensificar os esforços diplomáticos para mediar esses conflitos e promover a paz e a estabilidade no Oriente Médio.

Foto:Mahmoud Zayyat/AFP

sábado, outubro 07, 2023

Como o Hamas enganou a inteligência de Israel e lançou um ataque surpresa


Por Enéas Bispo 

O ataque do grupo militante palestino Hamas contra Israel neste sábado (7) foi um dos mais ousados e devastadores da história do conflito. Mais de 5 mil foguetes foram disparados da Faixa de Gaza, matando pelo menos 100 israelenses e ferindo mais de 900. Além disso, dezenas de militantes do Hamas conseguiram se infiltrar em território israelense, derrubando a cerca de segurança, tomando reféns e causando pânico nas cidades fronteiriças.


O que torna esse ataque ainda mais impressionante é que ele pegou de surpresa os serviços de inteligência de Israel, considerados um dos mais sofisticados e eficientes do mundo. Como o Hamas conseguiu planejar e executar essa operação sem ser detectado pelas autoridades israelenses? Quais foram as falhas e as vulnerabilidades que permitiram esse fracasso colossal da inteligência?


Segundo analistas e fontes militares, há várias possíveis explicações para o sucesso do Hamas em enganar Israel. Algumas delas são:


● O Hamas contou com a ajuda externa do Irã, seu principal aliado e patrocinador, que forneceu armas, treinamento e apoio logístico para a operação. O Irã tem uma rede de agentes e aliados na região, que podem ter ajudado a ocultar os preparativos do ataque.

● O Hamas aproveitou a instabilidade política e social em Israel, que vive uma crise de governo desde dezembro passado, com uma coalizão frágil liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que enfrenta protestos, acusações de corrupção e um confronto com o Judiciário. Além disso, há divisões internas entre os judeus israelenses, especialmente entre os laicos e os ultraortodoxos, que têm visões diferentes sobre a questão palestina.

● O Hamas usou táticas de despiste e camuflagem para esconder seus planos e movimentos. Por exemplo, o grupo pode ter usado túneis subterrâneos para transportar armas e combatentes, ou disfarçado seus foguetes como objetos comuns, como contêineres ou caminhões. O Hamas também pode ter se aproveitado das condições climáticas, como a neblina ou a chuva, para lançar seus foguetes sem serem vistos pelos radares ou pelos satélites.

● O Hamas escolheu um momento estratégico para lançar seu ataque: o dia seguinte ao aniversário de 50 anos da Guerra do Yom Kippur, quando Israel foi atacado por Egito e Síria em 1973, no dia mais sagrado do calendário judaico. Esse ataque também pegou Israel desprevenido na época, e quase levou à derrota do país. O Hamas pode ter tentado repetir esse cenário traumático para Israel, aproveitando-se do fator psicológico e emocional.


Essas são algumas das hipóteses que podem explicar como o Hamas conseguiu realizar um ataque surpresa contra Israel, expondo as falhas dos serviços de inteligência israelenses. No entanto, ainda há muitas perguntas sem resposta sobre essa operação, que terá consequências profundas para o futuro do conflito entre israelenses e palestinos.




Hamas lança ataque surpresa contra Israel e provoca nova guerra no Oriente Médio


Por Enéas Bispo

Um ataque maciço de foguetes do grupo palestino Hamas contra Israel na manhã deste sábado (7) desencadeou uma nova onda de violência na região, que já deixou ao menos 49 mortos e centenas de feridos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou estado de guerra e ordenou ataques aéreos contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza. O líder do braço armado do Hamas, Muhammad Al-Deif, convocou um levante geral contra Israel e afirmou que o ataque foi uma resposta aos ataques às mulheres, à profanação da mesquita de al-Aqsa e ao cerco de Gaza.


O Oriente Médio é uma região que abrange parte da Ásia, da África e da Europa, e que tem como principais características a diversidade cultural, religiosa e étnica, além de conflitos históricos e geopolíticos. A região é considerada o berço das três grandes religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. A disputa pela terra sagrada de Jerusalém é um dos principais focos de tensão entre judeus e muçulmanos.


A região também possui uma grande importância econômica, pois concentra as maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo. A exploração desses recursos tem gerado riqueza para alguns países, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar, mas também tem provocado disputas territoriais, intervenções estrangeiras e instabilidade política. Alguns dos principais conflitos que afetam o Oriente Médio atualmente são: a guerra civil na Síria, a crise humanitária no Iêmen, a rivalidade entre Irã e Arábia Saudita, o programa nuclear iraniano, a questão curda, o terrorismo do Estado Islâmico e a questão palestina.


O conflito entre Israel e Palestina é um dos mais antigos e complexos da região. Ele tem origem na reivindicação de ambos os povos pelo mesmo território, que foi ocupado por diferentes impérios ao longo da história. Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU propôs a partilha da Palestina em dois Estados: um judeu e um árabe. Os judeus aceitaram a proposta e declararam a independência de Israel em 1948, mas os árabes rejeitaram e iniciaram uma guerra contra o novo país. Desde então, vários conflitos armados, negociações diplomáticas e tentativas de paz foram realizados, mas sem uma solução definitiva. Atualmente, Israel controla a maior parte do território histórico da Palestina, incluindo Jerusalém Oriental, enquanto os palestinos possuem apenas duas áreas autônomas: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.


O Hamas é um movimento islâmico que surgiu na década de 1980 como uma ramificação da Irmandade Muçulmana. Ele se opõe à existência de Israel e defende a criação de um Estado palestino islâmico em toda a Palestina histórica. O Hamas também presta assistência social e educacional aos palestinos mais pobres. O grupo é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, mas tem apoio de países como Irã, Turquia e Catar. O Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza em 2007, após expulsar o Fatah, o partido laico e moderado que lidera a Autoridade Nacional Palestina (ANP). Desde então, o Hamas tem lançado periodicamente foguetes contra Israel, que responde com bloqueios econômicos e militares à Gaza.


O ataque do Hamas deste sábado foi o mais intenso desde 2014, quando ocorreu a última guerra entre Israel e Gaza. O ataque surpreendeu as autoridades israelenses, que não esperavam uma escalada tão rápida da violência. O ataque também coincidiu com um momento de instabilidade política em Israel, que vive uma crise governamental após quatro eleições inconclusivas em dois anos. Além disso, o ataque ocorreu em meio a uma onda de protestos dos palestinos em Jerusalém contra as restrições impostas por Israel ao acesso à mesquita de al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do islamismo. A mesquita fica no Monte do Templo, que também é reverenciado pelos judeus como o local do antigo templo de Salomão.


A situação no Oriente Médio é extremamente delicada e requer uma ação urgente da comunidade internacional para evitar uma nova guerra e uma maior perda de vidas humanas. É preciso que haja um diálogo entre as partes envolvidas, com o respeito aos direitos humanos, à soberania nacional e à autodeterminação dos povos. É preciso que haja uma solução justa e duradoura para o conflito entre Israel e Palestina, baseada na coexistência pacífica de dois Estados livres, democráticos e seguros. É preciso que haja uma cooperação regional para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Oriente Médio, com a promoção da paz, da tolerância e da integração.