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Por Nina Ratini
Nos reflexos daquela luz, se traduzia um pensar calmo, uma imensa transição entre a realidade e a utopia, vagarosamente vem o anseio de novidades, gostos, sabores e o desejo de morder a vida.
Calor da atração imaginária que se relatam nas atitudes da vida.
Nessa hora, nos transportamos no pensamento do que realmente nos faz sentir emoção.
Fico imaginando as pessoas que não se permitem ter seus instantes mágicos onde somente podem voar.
Conhecer a sua natureza, seu universo e as suas fascinações.
Semear seu canto interno, seu som mais bravo, se desbravar pelo toque em que menciona o fruto do bem.
Nessa luz do abajur com cores amareladas, consigo sentir a minha paz, a natureza que semeia tons que somente o imaginário pode descobrir.
Consigo descrever a pele, os olhos, porque no pensamento levo alguém ou algo que já passou por minha vida.
Penso nas gargalhadas, nos abraços sinceros, nos despejos da alma e até mesmo no silêncio que dizia tudo.
Os movimentos da dança e as insinuações que transbordava todo o contexto da alma.
Nessa luz do abajur eu lembro do furacão que eram os nossos desejos. Eu lembro de tudo aquilo que não necessitava palavras e nem ao menos os gestos, porque não eram necessários. A alma gritava toda, e a paisagem dos dias dizia tudo.
É incrível como as imagens na minha mente misturam e forma a harmonia da música, da arte e dos riscos traçados.
A luz do abajur não é igual a luz que vem de dentro. Essa só eu sei e consigo vê-la, ela acende a cada instante que preciso me conhecer.
Nenhuma lua em nenhum estágio é capaz de refletir a luz da minha alma. A luz da minha Alma é única.
Somente a luz do que imagino agora poderá captar sob o abajur o que desejo.