Por Enéas Bispo
Antes da vingança, havia a inocência um campo aberto onde o sol pousava leve e os olhos viam apenas o que era belo, sem saber da dor que o mundo escreve.
Mas então veio a mágoa como chuva tardia, lavando os sonhos com sal e silêncio. O olhar aprendeu a contar cicatrizes e a alma se vestiu de resistência.
Hoje, a vingança lateja nas veias, como chama contida atrás dos olhos. Mas em alguma dobra do coração, a inocência ainda sussurra, lembrando do amor antes do ódio.
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