sexta-feira, agosto 29, 2025

Os desejos profundos do coração não são satisfeitos por uma conta bancária!


Por Enéas Bispo 

A frase de Carl Jung, "Os desejos profundos do coração não são satisfeitos por uma conta bancária", ressoa profundamente em um mundo cada vez mais materialista. Esta afirmação, embora concisa, forma uma das ideias centrais da psicologia analítica junguiana: a busca por significado e plenitude que transcende a mera acumulação de bens materiais. Este artigo explorará o significado dessa citação no contexto do pensamento de Jung e sua relevância para a compreensão da psique humana e da busca por realização pessoal.

"a vida não se resume à satisfação de necessidades básicas ou à busca por prazer"

Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra e psicoterapeuta suíço, fundador da psicologia analítica, dedicou sua vida ao estudo da psique humana. Diferente de seu mentor Sigmund Freud, Jung expandiu o conceito de inconsciente, introduzindo o inconsciente coletivo e os arquétipos. Para Jung, a vida não se resume à satisfação de necessidades básicas ou à busca por prazer, mas sim a um processo de individuação, onde o indivíduo busca integrar os aspectos conscientes e inconscientes de sua personalidade para alcançar a totalidade do ser.

A citação em questão aponta para a limitação do materialismo em preencher as lacunas existenciais do ser humano. Em uma sociedade que frequentemente associa sucesso e felicidade à riqueza material, Jung nos lembra que a verdadeira satisfação reside em um nível mais profundo. Os "desejos profundos do coração" referem-se às aspirações da alma, à busca por propósito, conexão, amor, criatividade e transcendência. Estes são anseios que não podem ser comprados ou quantificados em termos monetários. Uma conta bancária, por mais recheada que seja, pode proporcionar conforto e segurança, mas não pode preencher o vazio existencial ou curar a alma de suas feridas. A busca incessante por bens materiais, sem a devida atenção às necessidades internas, pode levar a uma vida de insatisfação e alienação, mesmo em meio à abundância material. Jung argumentava que a neurose muitas vezes surge da repressão desses desejos mais profundos e da falta de conexão com o self, o centro da personalidade.

Lembrete Atemporal 

A máxima de Carl Jung serve como um lembrete atemporal de que a verdadeira riqueza não se mede em cifras bancárias, mas na profundidade da experiência humana e na realização dos anseios mais íntimos da alma. A busca por significado, propósito e conexão genuína são os verdadeiros pilares de uma vida plena, e estes não podem ser comprados, mas sim cultivados através da autoconsciência e da exploração do vasto universo interior. A mensagem de Jung nos convida a olhar para além do superficial e a investir naquilo que realmente nutre o espírito.

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