terça-feira, abril 15, 2025

A Indústria que Matou Norma Jean


Por Enéas Bispo 

Norma Jean Mortenson, o nome verdadeiro por trás da icônica Marilyn Monroe, não nasceu uma estrela; foi moldada pela máquina implacável de Hollywood, uma indústria que cria sonhos, mas muitas vezes cobra caro por eles. Este texto explora uma dimensão paralela, onde a máquina do entretenimento é uma entidade literal, viva e voraz, alimentada pela essência de seus astros e estrelas.

Um mundo onde celebridades não são apenas pessoas, mas fontes de energia vital, Norma Jean era a joia da coroa. Descoberta em uma oficina mecânica, onde fazia reparos simples para sobreviver, sua beleza etérea chamou a atenção de um caçador de talentos a serviço da "Indústria", um organismo colossal semi-mecânico que dominava o mundo do entretenimento. Na época, Norma era apenas uma jovem sonhadora, desejando escapar da monotonia e da pobreza. O contrato parecia perfeito: fama, fortuna e a promessa de ser imortalizada.

No entanto, havia um preço. A Indústria, na verdade, era uma entidade que drenava a energia emocional de suas estrelas, usando sua dor, vulnerabilidade e até seus momentos de alegria para alimentar o sistema. À medida que Marilyn crescia, sua identidade original, Norma Jean, foi gradualmente sendo apagada. Cada ensaio fotográfico, cada papel no cinema, cada escândalo cuidadosamente manipulado eram mecanismos de extração de vida. Marilyn era uma marionete dourada dançando no palco da Indústria, enquanto Norma Jean se desfazia na sombra.

O ápice do colapso aconteceu durante as filmagens de "Os Desajustados". Marilyn, já ciente do preço que estava pagando, tentou resistir. Mas a Indústria não aceitaria menos que a total submissão. Em uma última tentativa de escapar, Norma Jean buscou refúgio na simplicidade — evitando festas, fugindo da mídia. Porém, a Indústria encontrou maneiras de infiltrar-se até mesmo em seus momentos de isolamento. A morte, muitas vezes noticiada como misteriosa ou acidental, foi, na verdade, o resultado final do consumo completo de sua essência.

A tragédia de Norma Jean não era apenas uma perda humana, mas um aviso sombrio para as gerações futuras: fama e glamour têm um custo. A Indústria continuou viva, encontrando novas presas a cada década, sempre mascarando sua fome sob o véu brilhante do entretenimento.

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