terça-feira, abril 24, 2012

Vai ver se eu estou lá na esquina!



Vai ler Jorge Luís Borges, menina, vai ver se eu estou lá na esquina, mas só se a esquina for daquelas com uma livraria, destas livrarias com um café no fundo da loja com mesas e cadeiras de madeira e funcionárias simpáticas, que sorria quando eu lhes pedir croissant com uma fatia de queijo flamingo e uma caneca de chocolate quente. Ei! Menina! Vai sonhar com os gregos que descobriram o diálogo e a dúvida e que agora incendeiam ruas e se suicidam na praça pública.
Tu dizes que Jesus Cristo é uma metáfora, mas ele morreu na cruz; retrucas que o forte foi o Sócrates que adormeceu para sempre com cicuta na língua tudo para defender a verdade...
_Com a verdade me enganas! Enfim...
Então vem a falta de inspiração para as controvérsias, para escrever sobre os álibis.
_Que álibis?
_O meu e o teu! Apesar do meu All Star azul e do teu All Star laranja, aqueles de correr na chuva. Mas tudo isso é apenas conversa de penumbra, como disse aquele meliante filha da mãe, "todo mundo precisa de um álibi", em parte ele tem razão, em parte não! Eu não preciso de um álibi, mas sei que tu precisas desesperadamente de um. Ainda bem que tens amigos de estimação e amestrados para endossar os teus álibis quase perfeitos mas que são desfeitos como açúcar na água perante a tecnologia que no entanto se interpõe. Se tens um álibi convincente toma cuidado com a tecnologia baby, ela pode te denunciar, aí não  haverá lenço que baste para enxugar tantas lágrimas.

Foto/Texto: Enéas Bispo de Oliveira

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