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sábado, julho 17, 2010

MARILYN MONROE - O Mito!


Marilyn foi uma lenda. Ela criou o mito da moça humilde que pode chegar a ser alguém na vida. Para os espectadores de todo o mundo, Marilyn tornou-se o eterno símbolo do sexo.
A órfã torturada viu-se de repente envolvida por um mundo que parecia feito de sonho e fantasia, transformada na Deusa máxima do amor no panteão pagão de Hollywood. Ela representava a passagem do tipo da vamp sedutora para o da vamp descontraída, alegre e sem subterfúgios, expondo seu corpo rebolante, seus lábios trêmulos e úmidos, sua figura literalmente sensual.
Mesmo após tantos anos de sua morte, a mulher Marilyn Monroe continua sendo uma incógnita para todos nós. Seus filmes e sua vida se confundiram sempre porque os produtores de Hollywood fizeram-na acreditar que vivia um drama real na maioria dos seus filmes, onde era apresentada como símbolo sexual e favorita da América.
Marilyn, a loura de voz sussurrante, ingénua e quem sabe, inocente, liberta-se da Norma Jean, mas, paradoxalmente torna-se um meio de escravizar um público, devolvendo-lhes um conceito empobrecido e aviltante da imagem da mulher. E Marilyn é a vítima principal desta imagem.
Apesar de desejar que a levassem a sério como atriz, ela nunca escapou ou conseguiu escapar completamente da figura cintilante e vazia de rainha do sexo que criaram para ela e que a princípio era a sua aspiração máxima, como um meio de suprir as suas carências.
Obcecada pela ambição e necessidade de tornar-se uma estrela, Marilyn fez o que impuseram e tornou-se a figura estereotipada, promovida em todos os seus filmes.
Ameaçados pela crescente popularidade da televisão, outra marca máquina de fabricar ilusões, os banqueiros que controlavam os estúdios nos anos 50 descobrem em Marilyn Monroe um soporífico ideal para atrair audiência.
Na maneira infantil e inofensiva de exsudar o sexo e despertar luxúria, agradava a homens e mulheres ao mesmo tempo
A solidão desta moça, obcecada em negar as exigências de Norma Jean e com medo de descobrir seus verdadeiros sentimentos, a levou a agarrar-se a várias pessoas num relacionamento de grande dependência. Inconscientemente ela raciocinava que se abandonasse a necessidade de julgar-se a si própria, ela eliminaria Norma Jean.
Somente uma pessoa honesta e com certa profundidade poderia descrever-se com tanta consciência. Marilyn, porém, só encontrou indiferença; muito poucas vezes um pouco de compreensão.
Quando estava em Nova Iorque, Marilyn Monroe fez um pequeno desenho a carvão representando uma menina negra com uma meia esticada e a outra caída, que ela intitulou – “SÓ”. Esta figura nada mais era que a enjeitada Norma Jean, cuja alma a perseguia por toda a vida, de cujos traumas ela nunca se recuperou.
Marilyn Monroe casou-se três vezes e conheceu muitos homens. O último e misterioso homem de sua vida, um político, era descrito pelos colunistas como pessoa que possuía família. Marilyn procurava nos homens um alívio para seus sofrimentos, uma panaceia que tirasse de seus ombros o peso da vida.
Marilyn era imensamente pura em seus sentimentos. Tinha uma coragem mortífera. Sua presença incitava à vida. Ela era toda mulher, uma mulher integralmente feminina.
Apesar de seu valor financeiro, em qualquer produção em que ela aparecesse nunca lhe concederam um papel capaz de desenvolvê-la ou uma interpretação em que a inteligência e sensibilidade determinassem a ação do filme.
No filme, “Henry’s Full Hause (1952) ”, Marilyn interpretou uma prostituta num minúsculo papel, em confronto com Charles Laughton. O vagabundo Laughton procura um meio de cometer uma infração que o leve para cadeia a fim de proteger-se do frio, quando passa por Marilyn, atraente em sua capa preta. Procura descobrir que tipo de mulher ela é e volta-se para trás. Depois, quando lhe pede desculpas pelo seu engano, ela fica zangada e responde num tom vulgar: “Hei, que há? Está querendo me enganar?” Laughton oferece-lhe galantemente sua bengala como lembrança, e este gesto causa profunda impressão na mulher, que murmura incredulamente: “Ele me chamou de senhora”, e cai em prantos. Neste pequeno papel, Marilyn comove com sua expressão de inocente indefesa, expressão essa que, mais tarde, desenvolveria ao máximo no seu último filme completo, “The Misfits.”
“Gentlemen Prefer Blondes” (1953) e “Howto Marry a Millionaire” (1953). Em ambos, Monroe é a loura idiota à procura de um marido rico . São dois filmes desastrados, batendo na tecla de que esta é a “razão de ser” de toda mulher atraente quando é normal e instintiva.
Marilyn nunca obteve papeis em que interpretasse uma mulher capaz de raciocinar, ela nunca pode expor em suas atuações problemas tais como conflito de consciencia, decisões difícieis, ou dilemas morais envolvendo opções. Em todos os filmes, sem exceção, ela é amoral, como a “garota” do andar de cima.
Ela só existe no âmbito físico, divorciada da sensibilidade moral. “A garota” prefere homens casados porque assim sofre o perigo de casos drásticos.
“A Garota” é apresentada como um objeto, uma fantasia sexual masculina, transformada em vida, mas é apenas um flerte “inconsciente”.
A definição de liberdade no filme significa ser autônomo, não trabalhar para outros em troca de salários, o que simbolizava os desejos de Marilyn de escapar aos estúdios.
A Marilyn na vida real, era uma mistura de percepção humana e uma mulher estranhamente inconsiente da atração que seu corpo exercia nas pessoas, provocando situações, cujo resultado era só confusão, como na sequência da reunião dançante em que ela era molestada por um penetra provocador.
Marilyn Monroe não viveu para tornar-se a artista séria que tanto desejou ser.
Marilyn comparou sua vida a uma maratona competitiva, onde apesar do tremendo esforço, nunca conseguiu alcançar sua meta ilusória. Aos trinta e seis anos, ainda não era capaz de aceitar-se ou completar o amadurecimento de sua pessoa, uma identidade que era a de um fruto não amadurecido devido a longos anos de duro trabalho como atriz.
Apesar dos diretores com quem trabalhou se queixarem frequentemente de seus atrasos em cena e de suas enfermidades, nenhum deles negava suas qualidades de ser uma das mais infatigáveis trabalhadoras que jamais conheceram. E no entanto, ela nunca conseguia preencher as obliterações da enjeitada Norma Jean, nem atingia a meta final, determinando de uma vez por todas sua verdadeira identidade.
Suas emoções mais profundas permaneceram as de Norma Jean. E, procurando suprimir estas emoções, como um meio de adquirir confiança e realização, se destruía. Ironicamente, esta supressão a afundava ainda mais no seu doloroso passado, e só doses maciças de narcotizantes conseguiam aliviar seus sofrimentos insolúveis.
Com uma terapia que provou-se inadequadas e sua profissão entregue nas mãos destrutivas de Hollywood, seu destino foi selado. Somente uma grande coragem a manteve por tanto tempo, como conseguiu.
Marilyn morreu com o telefone na mão; pedia socorro do suícidio.