"Aqueles que se sentem superiores, conseguem de facto reprimir o impulso de retribuir o sorriso do outro - o inverso já não ocorre".
"Sorrir: uma leve contração dos músculos faciais, que provoca um sentimento especial em quem o recebe. Mostrar-se alegre, dar esperanças." Esta simples definição da palavra "sorrir" exprime em poucas linhas o que de mais importante apresenta este movimento nos nossos dias. E até nas nossas vidas. Está provado cientificamente que Sorrir exibe uma libertação de tranquilidade e de harmonia para o que nos rodeia, além de nos posicionar favoravelmente na sociedade. E passo a explicar. Sorrir também pode condicionar e transparecer um determinado estatuto social. Pelos vistos, "quando alguém nos sorri, devolvermos ou não esse sorriso, poderá depender de nos sentirmos ou não poderosos, ou depende ainda do estatuto de quem nos sorriu". A universidade da Califórnia desenvolveu um estudo, que avança que aqueles que se sentem superiores conseguem de facto reprimir o impulso de retribuir o sorriso do outro, enquanto o inverso já não ocorre da mesma maneira. E em experiências realizadas, ficou declarado que as pessoas de um nível social mais baixo despertavam mais sorrisos do que as de estatuto social elevado.
Este estudo conduz-nos numa viagem de paralelos entre os diferentes sorrisos sociais. Até nos Sorrir, a sociedade se apresenta estratificada e somos nós que alimentamos isso. Se pensava que sorrir apenas significava o prazer de ver alguém, de sentir algo positivo, de emanar confiança, de dar esperança a quem precisa, agora apercebemos-nos de que também este simples movimento dos lábios poderá representar aquilo que mais se vê na sociedade. E que nem o sorrir escapa. Mas os estudos servem apenas para isso mesmo. Para nos alertar, para nos revelar outras perspectivas sociais e psicológicas daquilo que somos. Mas não deve mudar a essência de algo tão humano como o Sorrir. Todos sabemos que é sempre o melhor remédio.
Texto: Ana Rita Clara - Apresentadora de TV
SIC e SIC Mulher, de 2ª a 5ª 17h30 - Portugal
Artigo publicado no Jornal Metro/Lisboa - 22 de Novembro de 2012
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Fotografia: Enéas Bispo de Oliveira
