Investimentos da Maratá Sucos e Tropfruit em Sergipe e Bahia prometem pôr fim ao drama da fruta descartada e impulsionar a citricultura regional.
Após colher uma das maiores safras de laranja das últimas décadas, a citricultura nordestina entra em um novo ciclo de expansão. Em resposta ao volume recorde de frutas que chegou a gerar filas de até 200 caminhões e, em casos extremos, o descarte de laranjas nas estradas, as gigantes Maratá Sucos e Tropfruit anunciaram investimentos bilionários em Sergipe e na Bahia. A medida é vista como estratégica para garantir a competitividade e absorver a crescente produtividade no campo.
🏭 Maratá Aumenta Capacidade em 20%
O Grupo Maratá, em Sergipe, focará na ampliação e tecnologia imediata. A diretora Carol Vieira confirmou que a empresa irá aumentar sua capacidade de processamento em 20% com a aquisição de cinco novas extratoras, que devem operar até março de 2026. Com isso, a capacidade diária subirá para 1.100 toneladas processadas.
"Estamos investindo em tecnologia e armazenamento," destacou Vieira. A unidade também receberá oito novos tanques refrigerados e terá o volume de tambores refrigerados ampliado.
🇧🇦 Tropfruit Constrói Nova Fábrica e Foca na Exportação
Com atuação em 32 países, a Tropfruit dará um passo maior ao anunciar a construção de uma nova e moderna fábrica em Inhambupe (BA), dentro da própria fazenda do grupo, com previsão de início das operações para o início de 2027. O parque industrial baiano começará com 20 extratoras, podendo chegar a 36.
Antes disso, em janeiro de 2026, a empresa já adicionará quatro novas extratoras à sua unidade de Estância (SE), além de instalar novos tanques de refrigeração e linhas de ultrafiltração.
O administrador Diorane Araújo reforçou o foco no mercado externo, exportando suco concentrado e subprodutos valiosos como o d-limoneno (óleo essencial de laranja) para as indústrias alimentícia e cosmética. A Tropfruit também investe em sucos tropicais, como maracujá, caju e abacaxi.
📈 Campo e Indústria em Sincronia
Para a economista da Faese, Paloma Gois, as indústrias estão "reagindo de forma estratégica ao novo cenário". O impulso do agronegócio é reforçado pelo supervisor da ATeG, Isau Almeida, que credita o aumento da produtividade no campo a fatores como manejo técnico, genética melhorada e adoção de práticas sustentáveis, indicando "perspectivas animadoras para a próxima safra".
Os investimentos garantem que a citricultura do Nordeste, impulsionada pelo sucesso do campo, terá a infraestrutura necessária para transformar a supersafra em crescimento econômico sustentável, pondo fim à frustração do descarte de frutas.
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