Por Enéas Bispo
Carolina olhava pela janela, os olhos perdidos na dança das folhas ao vento. O tempo, esse artista invisível, pintava o céu com pinceladas de crepúsculo enquanto a cidade abaixo se acendia, estrela por estrela.
Ela se lembrava de quando era menina, o nariz pressionado contra o vidro, imaginando histórias para as pessoas que passavam. Agora, as rugas suaves em seu rosto eram como as linhas de um livro que contava sua própria história, cada capítulo marcado pelo tempo que passou, inabalável e constante.
O relógio da torre soou, trazendo-a de volta ao agora. Carolina sorriu, agradecendo ao tempo por cada momento vivido, cada alegria e cada lágrima. Porque, embora o tempo passasse, as memórias permaneciam, eternas companheiras à espreita de um olhar pela janela.
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