Por Enéas Bispo
Que voz me emprestas, Cariri, para cantar-te,
Gigante em mim, poeta que te admira sem fim?
Vestes-me a alma, de dentro pra fora, em cada parte,
Tua essência aflora, transborda, inunda este ser, Cariri.
Passado e presente em ti se entrelaçam,
Em cada lembrança, a emoção me invade e move.
Pulsante, imenso Cariri, teus laços me abraçam,
Onde meus antepassados o chão com suor fizeram, por ti, Cariri.
A identidade que somos, em ti foi tecida,
No barro, na pedra, na fé que nunca finda.
Meus laços contigo, jamais se desatam, ó vida!
És meu cais, meu porto, minha casa de taipa tão linda.
És meu pé de Juazeiro, raiz que não morre,
Meu destino traçado, em ti me encontro e me perco.
Cariri, és o poema que em mim sempre ocorre,
A melodia ancestral que meu peito ecoa e não tem preço.
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