Por Enéas Bispo
Em um copo de cristal, a alma repousa,
Transparente prisão, leve e formosa.
Gotas orvalham a pele de orvalho e luz,
Um véu de água que o tempo seduz.
Olhos azuis, um oceano em miniatura,
Miram além da parede, na pura
Distância de um mundo que parece sonhar,
Enquanto a essência se deixa molhar.
Fios de água, rendas tecidas no vidro,
Abraçam o corpo em silêncio e sentido.
Cada bolha um segredo, um suspiro a bailar,
Num palco de luz, a beleza a flutuar.
Ela, a musa aquática, em seu etéreo lar,
Convida o olhar a se perder, a navegar,
Por entre as bolhas e a melancolia,
De um sonho líquido que em nós se cria.
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