Por Enéas Bispo
O corpo não espera, não se detém,
Por nós, pelo amor, ele não tem freio.
Nas mãos que pousam, há um segredo alheio,
Uma pergunta que ao silêncio convém.
Na pele que treme, na ânsia que vem,
Há mais do que toque, mais que um anseio.
É a sede, a memória, o desejo cheio,
De um corpo que o tempo jamais contém.
Não espera, não vê, não sabe, não quer,
Apenas sente o pulsar, o arder,
E na pressa, se perde, se esvai, se vai...
E quando o amor enfim decide aparecer,
O corpo já dançou, já soube esquecer,
Na pressa que passa, que flui e não trai.
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