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sexta-feira, abril 05, 2024

Diálogo Silencioso


Por Enéas Bispo

No vasto vazio que preenche a sala, o silêncio pesa mais que palavras não ditas. É um eco surdo, uma ausência que grita entre olhares que se cruzam e se desviam, carregados de memórias e desejos inconfessos. Amores que se entrelaçam em um emaranhado de sentimentos, mas que, por algum motivo, nunca encontraram o caminho das palavras para dizer "adeus".

E nesse silêncio, há um diálogo mudo, onde tudo é sentido e nada é falado. É o pior silêncio, aquele que sufoca, que se instala entre dois corações que batem em uníssono, mas que se perderam na tradução do sentir. É o silêncio de amores que nunca quiseram se despedir, mas que, no fundo, sabiam que o fim era inevitável.

Esse silêncio é um abismo que separa, uma ponte que nunca foi atravessada, um adeus que nunca foi selado com um último beijo. É o silêncio que fica, que marca, que transforma o amor em uma doce melodia que apenas os corações partidos podem ouvir. E assim, no silêncio, eles se despedem, não com palavras, mas com um olhar que carrega toda a história que nunca será esquecida.

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