sábado, outubro 07, 2023

Como o Hamas enganou a inteligência de Israel e lançou um ataque surpresa


Por Enéas Bispo 

O ataque do grupo militante palestino Hamas contra Israel neste sábado (7) foi um dos mais ousados e devastadores da história do conflito. Mais de 5 mil foguetes foram disparados da Faixa de Gaza, matando pelo menos 100 israelenses e ferindo mais de 900. Além disso, dezenas de militantes do Hamas conseguiram se infiltrar em território israelense, derrubando a cerca de segurança, tomando reféns e causando pânico nas cidades fronteiriças.


O que torna esse ataque ainda mais impressionante é que ele pegou de surpresa os serviços de inteligência de Israel, considerados um dos mais sofisticados e eficientes do mundo. Como o Hamas conseguiu planejar e executar essa operação sem ser detectado pelas autoridades israelenses? Quais foram as falhas e as vulnerabilidades que permitiram esse fracasso colossal da inteligência?


Segundo analistas e fontes militares, há várias possíveis explicações para o sucesso do Hamas em enganar Israel. Algumas delas são:


● O Hamas contou com a ajuda externa do Irã, seu principal aliado e patrocinador, que forneceu armas, treinamento e apoio logístico para a operação. O Irã tem uma rede de agentes e aliados na região, que podem ter ajudado a ocultar os preparativos do ataque.

● O Hamas aproveitou a instabilidade política e social em Israel, que vive uma crise de governo desde dezembro passado, com uma coalizão frágil liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que enfrenta protestos, acusações de corrupção e um confronto com o Judiciário. Além disso, há divisões internas entre os judeus israelenses, especialmente entre os laicos e os ultraortodoxos, que têm visões diferentes sobre a questão palestina.

● O Hamas usou táticas de despiste e camuflagem para esconder seus planos e movimentos. Por exemplo, o grupo pode ter usado túneis subterrâneos para transportar armas e combatentes, ou disfarçado seus foguetes como objetos comuns, como contêineres ou caminhões. O Hamas também pode ter se aproveitado das condições climáticas, como a neblina ou a chuva, para lançar seus foguetes sem serem vistos pelos radares ou pelos satélites.

● O Hamas escolheu um momento estratégico para lançar seu ataque: o dia seguinte ao aniversário de 50 anos da Guerra do Yom Kippur, quando Israel foi atacado por Egito e Síria em 1973, no dia mais sagrado do calendário judaico. Esse ataque também pegou Israel desprevenido na época, e quase levou à derrota do país. O Hamas pode ter tentado repetir esse cenário traumático para Israel, aproveitando-se do fator psicológico e emocional.


Essas são algumas das hipóteses que podem explicar como o Hamas conseguiu realizar um ataque surpresa contra Israel, expondo as falhas dos serviços de inteligência israelenses. No entanto, ainda há muitas perguntas sem resposta sobre essa operação, que terá consequências profundas para o futuro do conflito entre israelenses e palestinos.




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