O que as escolas de negócios não ensinam

Por Enéas Bispo

As escolas de negócios são instituições que oferecem cursos de graduação, pós-graduação e especialização em áreas como administração, contabilidade, finanças, marketing, recursos humanos e gestão. Esses cursos visam preparar os alunos para o mercado de trabalho, desenvolvendo suas habilidades técnicas, analíticas e gerenciais. No entanto, há alguns aspectos que as escolas de negócios não ensinam, ou ensinam de forma insuficiente, e que podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso no mundo dos negócios. Alguns desses aspectos são:

- Ética: A ética é o conjunto de princípios e valores que orientam o comportamento humano em relação ao bem e ao mal, ao certo e ao errado. A ética é fundamental para a construção de uma reputação sólida, para a preservação da confiança dos clientes, fornecedores, parceiros e colaboradores, e para a prevenção de conflitos, fraudes e corrupção. No entanto, muitas escolas de negócios não dão a devida ênfase à ética nos seus currículos, ou a tratam como um tema secundário ou opcional. Isso pode levar os alunos a adotarem uma visão utilitarista e pragmática dos negócios, na qual o que importa é o resultado financeiro, independentemente dos meios utilizados para alcançá-lo.

- Criatividade: A criatividade é a capacidade de gerar ideias originais, inovadoras e úteis para resolver problemas, aproveitar oportunidades ou criar valor. A criatividade é essencial para a competitividade e a sustentabilidade dos negócios, pois permite adaptar-se às mudanças do ambiente, diferenciar-se dos concorrentes e satisfazer as necessidades e desejos dos clientes. No entanto, muitas escolas de negócios não estimulam a criatividade nos seus alunos, ou a limitam a áreas específicas como o marketing ou o design. Isso pode levar os alunos a desenvolverem uma mentalidade conservadora e conformista, na qual seguem as regras estabelecidas, repetem as fórmulas consagradas e evitam os riscos.

- Emoções: As emoções são estados afetivos que influenciam o pensamento, o comportamento e o bem-estar das pessoas. As emoções são relevantes para os negócios, pois afetam a motivação, a comunicação, a liderança, a negociação, o trabalho em equipe e a tomada de decisão. No entanto, muitas escolas de negócios não abordam as emoções nos seus cursos, ou as consideram como um obstáculo ou uma fraqueza que deve ser controlada ou ignorada. Isso pode levar os alunos a negligenciarem a inteligência emocional, que é a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções e as dos outros.

Portanto, as escolas de negócios não ensinam tudo o que é necessário para se ter sucesso no mundo dos negócios. Além das competências técnicas e gerenciais, os profissionais também precisam desenvolver competências éticas, criativas e emocionais. Essas competências podem ser adquiridas por meio de outras fontes de aprendizagem, como a experiência prática, a leitura, o autoconhecimento e o feedback.