Ele a conheceu na passagem de pedestres, daquelas passagens em que supostamente é o pedestre que controla a sinaleira. Ela uma mulher bonita, olhos azuis, um tantinho acima do peso, seios enormes, gaúcha, e a mulher gaúcha é sempre bonita. A mulher gaúcha é bonita sempre, sempre. Ele, bem, ele não era um homem bonito, nem tinha qualidades para agradar aquela mulher, aquela mulher que se perdesse alguns quilinhos poderia ser modelo desde que ninguém ligasse para o tamanho dos seus seios.
APERTE O BOTÃO E AGUARDE
-Eu sempre aperto esses botões mas nunca funciona, parece que a sinaleira demora uma eternidade a abrir- comentou ele puxando conversa com ela.
-Bah! Eu nem perco tempo, guri. Espero o tempo que tenho que esperar!
-Então para que serve isso, hein!?
-Sei lá, deve ser alguma espécie de efeito psicológico.
-Bem, não entendo muito de psicologia e a sinaleira abriu.
Atravessaram a faixa e continuaram a conversa como se fossem dois velhos conhecidos, falaram do tempo, do frio, da chuva e do trânsito infernal da Borges a aquela hora. Foram caminhando e para surpresa descobriram que moravam no mesmo edifício sendo que ele no segundo andar e ela no primeiro.Feliz coincidência, tinham que trocar telefones e promessas de serem amigos no Facebook.
No dia seguinte se encontraram e marcaram um jantar para o próximo sábado, as coisas estavam evoluindo rápido. No sábado foram ao Pankeka's Bistrô, ambiente aconchegante, prato perfeito, vinho bom, primeiro beijo.
Nessa mesma noite ela mudou de endereço e subiu para o segundo andar e entre vinho, charme, sedução, cama, lençóis amassados...
Começou assim um filme de amor em Poa!
Começou assim um filme de amor em Poa!
Texto/Foto Enéas Bispo de Oliveira
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