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sexta-feira, outubro 14, 2011

Viver na madrugada solitária!

© Todos os Direitos Reservados 
Por Nina Ratini

Entre a sedução e a inocência, um mundo se desabrochava.
Um gole de vinho, um trago no cigarro e um café para aumentar os estímulos.
Uma insinuação, um ar de mistério, gestos no olhar que contava tudo o que estava por vir e aflorando por dentro.
Alguma música que transcendia no apurado gosto e diversificadas percepções de estímulos.
Uma descoberta a cada palavra, que nem sempre precisava se ouvir a voz, mas as palavras e frases saíam sem ao menos serem ditas.
E naquela espera, sem se dar conta de que logo o Sol iria nascer, vagava a mente pela madrugada a pensar e refletir e a viajar pelas suas próprias emoções instantâneas.
Um ser que tem vontade da vida comum de uma família formada, mas que ao mesmo tempo ama a liberdade de ser quem realmente é.
Por uma mistura de vaidade e discrição, se impõem e se dividem entre as regras que a sociedade hipócrita dita.
Palavras obscenas saem da sua mente, mais por um gesto de desabafo do que por vulgaridade.
Como se uma tempestade invadisse a sua alma, busca na desorganização do ambiente imagens onde o som lhe inspira, pois tudo grita, sua mente grita por liberdade.
Seus desejos de pecado buscam a arte dos suspiros.
Mas se pergunta ao mesmo tempo: o que realmente é proibido?
Eu preciso me proibir?
Não quer encontrar limitações, porque sabe vagamente que só a sua mente é capaz de limitar o que sente.
A evolução do ser humano invade-se entre experiências e imposições que fazemos a nós mesmos.
Em cada imagem que o nosso cérebro é capaz de absorver, nessa imensidão de valores e verdades, buscamos mesmo sem querer o desejo de ser transparente.
Sua única certeza é a de saber que é humana com todo o pacote que vem junto.
Sua diferença absoluta é ter a ousadia de se proporcionar um valor gritante, que busca em sua alma.
Não quer ver a vida dentro de uma caixa preta, aliás, sempre quebra essa caixa porque nunca vai admitir julgar e condenar alguém e nem a si mesma.
Transcendemos entre razões e inverdades, mas nos esquecemos de nos jogar pra dentro as decisões que são absolutamente maduras quando consultamos o nosso coração.
Experimentar o amargo, o doce, o azedo nos permite ter opções e escolhas, valores próprios...
Com todas as diferenças a única certeza é que sabemos que viver vale a pena.
Aprendi a não aceitar tudo, jogo fora as coisas que não me convêm, porque não preciso ter medo o tempo todo, ele é apenas uma defesa uma limitação da mente.
A vaidade faz parte do som da vida, mas a humildade me permite ir além e ver onde quero chegar daqui a segundos anos.
Simplesmente é muito gostoso viver.

2 comentários:

  1. Viver vale a pena querida amiga Nina embora tenhamos sofrimentos atrozes por vezes.
    Um beijo, parabéns pelo belo blog que passo a seguir.

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